Enfrentando uma crise hídrica desde o início de novembro, Milhã tem o principal reservatório da região, o Açude Jatobá, com apenas 6,7% de sua capacidade. Os dados foram divulgados pelo Portal Hidrológico do Ceará nesta terça-feira (19/11). De acordo com a Prefeitura, no dia 11 de novembro o nível do reservatório era de 8,83%, apresentando constantes quedas ao longo dos dias.
Sem o auxílio da adutora Patu, em Senador Pompeu, a cidade perdeu uma alternativa para o abastecimento de água. Segundo informações da Prefeitura, a implementação do projeto Malha D’água, que promete trazer uma solução mais duradoura, está prevista apenas para o período entre março e abril de 2025.
Diante desse cenário, a população enfrenta um racionamento. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) passou a distribuir água em regime de rodízio, limitando o fornecimento a três ou quatro dias por semana. Além disso, a água disponibilizada não atende aos padrões de consumo, conforme declarações da Prefeitura.
Para diminuir os efeitos da crise, foram iniciadas ações emergenciais. Uma delas é a limpeza de poços profundos contendo água salgada, com o objetivo de torná-los operacionais novamente. Porém, o uso dessas águas ainda depende de ajustes para que sejam adequadas, sem previsão exata para conclusão. Paralelamente, foi aberta uma licitação para contratar carros-pipa e adquirir caixas d’água, que serão instaladas em pontos estratégicos da cidade para facilitar o abastecimento por meio de chafarizes.
Na segunda-feira (18/11), o prefeito Alan Macêdo formou uma Comissão Especial de Enfrentamento à Crise para coordenar e executar as medidas emergenciais. Essa iniciativa conta com parcerias, como a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e a Superintendência de Obras Hidráulicas (SOHIDRA), órgãos do Governo do Ceará que auxiliam na limpeza dos poços.
Nesta semana, o gerente da Cogerh responsável pela Regional da Bacia do Banabuiú, Paulo Ferreira, visitou Milhã para inspecionar o reservatório Jatobá, acompanhado pelo prefeito. Além disso, uma reunião recente envolveu entidades estaduais, como a Funceme, a Secretaria de Recursos Hídricos e a Cagece, para alinhar estratégias e reforçar o combate à crise hídrica.
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