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Minha Irmã & Eu não chega perto do que poderia ser (Crítica)

Dirigido por Susana Garcia (Minha Mãe É Uma Peça 3), Minha Irmã & Eu prometia ser uma das melhores comédias do ano. Contudo, não só não atendeu às suas expectativas, como também não chegou perto de tal e se tornou uma decepção. 

O filme fala sobre duas irmãs que possuem muitos desentendimentos e brigas. A mais velha, interpretada por Ingrid Guimarães (Fala Sério Mãe), é dona de casa em Goiás, onde cuida de sua família e de sua mãe. Enquanto a mais nova, vivida por Tatá Werneck (Vai Que Cola), mora no Rio de Janeiro fingindo ser amiga de celebridades, mas, na verdade, é apenas babá dos pets dos mesmos. Devido a mais uma briga das duas personagens, a mãe de ambas desaparece e agora as irmãs viajam pelo Brasil para encontrá-la.

Toda a apresentação da premissa do filme é básica e muito demorada, fazendo com que a história tarde a começar. Além disso, todo esse caminho para contextualizar o que o longa-metragem pretende em nos mostrar, possui um texto cômico fraco, apesar dos esforços de Guimarães e Werneck. Contudo, imaginei que tudo isso melhoraria quando as duas protagonistas fossem para a estrada. Infelizmente, estava enganado.

Além de Garcia, Fil Braz (Minha Mãe É Uma Peça 2) e Verônica Debom (Vai na Fé) são nomes com experiência na comédia. No entanto, parece que, enquanto escreviam o roteiro do projeto, acreditavam muito que o talento de suas seria o suficiente para fazer com que o filme fosse engraçado. No entanto, Ingrid Guimarães e Tatá Werneck, que já se provaram serem atrizes fortes no gênero cômico, não conseguem fazer com que o longa-metragem seja verdadeiramente engraçado. A direção abusa do famoso trejeito da artista carioca em falar rápido e no corte de palavras, mas de nada adianta se a piada não é boa e mal dirigida.

Além de tudo isso, a narrativa do restante do filme é tão básica que, provavelmente, você saberá tudo que irá acontecer, mesmo sem ter assistido antes. Não que todo filme precise ser sempre “diferentão” e preparar uma grande reviravolta, ou uma surpresa. Mas quando um projeto de comédia não é engraçado, fora a sua previsibilidade, um mínimo que se espera é algo que compense isso tudo. Garcia em trabalhos anteriores, além de fazer filmes engraçados, ainda conseguia construir momentos muito emotivos, algo que aqui nem chega perto. 

O terceiro ato até consegue criar um bom desfecho para a personagem de Ingrid Guimarães, utilizando de pautas importantes, como independência feminina e autovalorização. Sendo isso, provavelmente, o ponto alto de todo o filme, mesmo com a presença e participação de nomes famosos da dramaturgia e música brasileira. 

Por fim, Minha Irmã & Eu é um ótimo exemplo daqueles filmes que prometem muito com seu trailer, mas quando seu produto final chega, não corresponde nem a metade do filme do que se esperava. Além de tudo isso, o projeto também mostra que de nada adianta ter um elenco de protagonistas competentes, se o restante da equipe, diretora e roteiristas, não equipara ao mesmo nível. 

Nota: 5,5/10

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