
Moradores do município de Acopiara, a 90km de Fortaleza, denunciaram o atraso de uma obra na Escola Municipal de Ensino Professor Francisco Uchoa de Albuquerque. Junto com a imagem enviada à REDE ANC, a população afirma que o estado é de total abandono.
De acordo com residentes da Vila Esperança, local onde a unidade está situada, o atraso da entrega da obra escolar está próximo de completar dois anos. Nesse contexto, cerca de 600 alunos da comunidade estão sendo prejudicados. Os estudantes atendidos pelo equipamento tiveram de ser transferidos de forma provisória para o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) que atende a comunidade.
De acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), a Promotoria local foi acionada e já teceu recomendações à Prefeitura de Acopiara. Segundo o órgão fiscalizador, foi orientado que a gestão conclua a obra na unidade escolar dentro do período de 90 dias. O prazo começou a ser contado no dia 9 de fevereiro.
Repercussões do atraso
Segundo os pais dos alunos que eram atendidos pela escola de ensino fundamental, a instalação temporária tem prejudicado a aprendizagem dos alunos. Os estudantes reclamam do calor excessivo e da falta de estrutura em outras questões que impossibilitam o processo educacional.
Por essas questões, o Ministério Público recomendou que, além do compromisso em entregar a unidade formada no prazo sugerido, a Prefeitura ofereça transporte escolar e merenda de qualidade aos cerca de 600 alunos que retornarão para a sede original da Escola Professor Francisco Uchoa.
Razões do atraso
Segundo o MP, uma das constatações para o atraso da obra versa sobre as constantes instabilidades políticas vividas na administração do município. A título de contexto, Acopiara é administrada atualmente pela vice-prefeita , Ana Patrícia, que assumiu a Prefeitura em dezembro de 2023.
A troca no comando do cargo ocorreu pelo fato de o prefeito Antônio Almeida ter sido afastado pela terceira vez. É válido relembrar que o gestor recebeu a punição que o deixou afastado do cargo por 180 dias.
Na época, a Procuradoria de Crimes Contra a Administração Pública realizou uma operação chamada e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Acopiara e mais quatro cidades.
A investigação apontou que havia um esquema de corrupção envolvendo empresas contratadas para obras e serviços da Prefeitura. Foram solicitadas quebras de sigilo bancário, fiscal e bloqueio de bens dos envolvidos, incluindo o prefeito, a secretária de Gabinete, a chefe da licitação e empresários.
No tempo do ocorrido, a defesa do prefeito afastado declarou que pretende recorrer da ação, alegando confiança no retorno às atividades executivas.
A REDE ANC entrou em contato com a Prefeitura de Acopiara e aguarda o posicionamento da gestão.