Há vários dias sem coleta regular de lixo, moradores das regiões de Caponga e Águas Belas, no município de Cascavel, manifestaram insatisfação com a situação, através de vídeos postados nas redes sociais. Alguns moradores relataram que a coleta de lixo realizada pela Prefeitura de Cascavel, não passava em suas ruas há mais de uma semana, o que ocasionou um acumulo de lixo em frente as residências.
Durante apuração, realizada pela nossa reportagem, na última quarta-feira (06/11), foi possível observar vários pontos de acumulo lixo residencial descartado, em diversas ruas da cidade. Além de reclamarem sobre a quantidade de lixo nas ruas, os moradores também destacaram o mau cheiro ocasionado pelo acúmulo.
Moradora de Águas Belas, a empresária Lilian Mota, de 46 anos, disse que o acúmulo de lixo próximo à sua residência já estaria atraindo roedores. Ela acrescentou ainda que por conta da presença de animais soltos na rua, o lixo acabou sendo espalhado, e que os próprios moradores precisaram realizar a limpeza.
“Já faz um mês que o lixeiro não passa. Aqui é um hostel, e a frente do meu hostel está juntando rato. A cidade está fedendo. Eu não sei nem o que eu digo mais, porque eu estou tão indignada. E quando passa o caminhão do lixo, só passa na rua principal.”, conta a empresária.
Na manhã desta quinta-feira (07/11), dois caminhões comuns, realizaram a coleta de lixo no Distrito de Caponga, porém não passaram em todas as ruas durante a coleta. A coleta regular de lixo na região, era realizada três vezes por semana, por caminhões coletores.
Procurada pela Rede ANC, a Prefeitura de Cascavel informou que enviou caminhões para a coleta, nesta quinta-feira. Porém, não respondeu sobre o motivo da falta de coleta regular de lixo na região, durante os últimos dias. Questionada sobre a ausência dos caminhões coletores, adequados para realizar o trabalho de coleta de lixo, a Prefeitura não se pronunciou.
Descarte irregular de resíduos sólidos
A região também sofre com o descarte irregular de resíduos sólidos, em terrenos localizados nas áreas residências. A quantidade de lixões localizados em vários pontos do perímetro urbano causa risco, não só aos moradores como também, causa danos ao Meio Ambiente.
De acordo com a bióloga doutoranda do Programa de Ciências Marinhas Tropicais da UFC, Alice Frota Feitosa, o problema do descarte irregular de resíduos sólidos aumenta o risco de zoonoses, doenças transmitidas por animais a pessoas além de contaminar o solo e as águas subterrâneas.
“Os animais de rua começam a se alimentar desse lixo, ficam doentes e passam essas doenças para as pessoas e para os outros animais. Além de aumentar o risco de dengue e leptospirose”, conta a bióloga.
Uma pesquisa realizada pela nossa produção, em junho deste ano, revelou que de um total de 71 moradores da
Caponga-CE, 62,2% afirmaram não ter informações sobre o descarte correto do lixo. Ainda de acordo com a pesquisa, 98,6% dos participantes acreditam que o descarte de lixo nas ruas é prejudicial, e 97,2% responderam que participariam do processo se houvesse um sistema de coleta seletiva na região.
