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MPCE divulga relatório de fiscalizações em unidades de acolhimento e centros socioeducativos

No último dia 5 de dezembro, o Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (Caopij), apresentou um relatório sobre as fiscalizações realizadas ao longo de 2024. O levantamento abrangeu diferentes tipos de serviços, como os de Acolhimento Institucional e Familiar, os Centros Socioeducativos de Internação e Semiliberdade, além dos Centros de Referência Especializada de Assistência Social (Creas).

Embora tenha sido possível identificar avanços, como a diminuição da superlotação e melhorias nas infraestruturas, ainda existem questões críticas relacionadas à infraestrutura e à falta de pessoal qualificado em diversas unidades. Essas inspeções são realizadas duas vezes por ano: no primeiro semestre, entre março e maio, e no segundo semestre, de setembro a novembro.

O objetivo das fiscalizações é garantir que as instituições cumpram sua função e ofereçam serviços de qualidade aos adolescentes que se encontram em situação de acolhimento institucional. Também são incluídos aqueles cumprem medidas socioeducativas de internação e semiliberdade.

Ao todo, foram inspecionadas 127 unidades de acolhimento institucional e familiar, com 44 delas localizadas em Fortaleza, 29 na Região Metropolitana e 54 no interior do estado. O MP também avaliou cinco unidades da Família Acolhedora, 49 de Acolhimento Institucional e 19 relacionadas a medidas socioeducativas. Durante as inspeções, foi concluído que muitas unidades conseguiram reduzir a superlotação. Além disso, houve progresso na regularização dos serviços, como a inscrição no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, além da apresentação de laudos da vigilância sanitária.

Nos Centros Socioeducativos, 38 fiscalizações foram realizadas nas cidades de Crateús, Iguatu, Juazeiro do Norte, Fortaleza e Sobral. Também foram inspecionados quatro centros de Internação Definitiva e Internação Provisória. O MPCE verificou que o número de unidades que operavam além da capacidade foi reduzido.

MPCE divulga relatório de fiscalizações em unidades de acolhimento e centros socioeducativos
Foto: Divulgação

Em Fortaleza, foi implementado um programa de apoio aos egressos, com profissionais selecionados por meio de processo público. No entanto, ainda existem problemas, como a infestação de roedores em unidades localizadas em áreas sem esgoto ou saneamento básico adequado. Além disso, a infraestrutura nos centros de semiliberdade do interior apresentou algumas melhorias, mas ainda carece de salas adequadas para atendimento confidencial.

No que diz respeito à execução das medidas socioeducativas em meio aberto, foram realizadas 50 inspeções nos Centros de Referência Especializada de Assistência Social (Creas), que atendem adolescentes em cumprimento de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços à Comunidade (PSC). Uma das dificuldades identificadas foi a alta rotatividade dos profissionais, causada pela contratação temporária, sem concurso público.

Além disso, o órgão constatou que a articulação com outras políticas públicas, como saúde e educação, continua sendo um desafio. Um exemplo disso é a resistência de algumas escolas em matricular adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, como a Liberdade Assistida, devido ao histórico de atos infracionais cometidos.

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