Nesta terça-feira (26/11), uma audiência de conciliação promovida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e pela Justiça Estadual resultou em um compromisso da Prefeitura de Fortaleza. O Município deve apresentar, até 6 de dezembro, um plano de ação para solucionar a falta de medicamentos e insumos no Instituto Dr. José Frota (IJF). A situação inclui a suspensão de procedimentos, relatos de desassistência e ameaça de paralisação de profissionais por falta de pagamento.
Para monitorar as condições do hospital, a promotora Ana Cláudia Uchôa, da 137ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, solicitou ao Poder Judiciário que realize uma inspeção no IJF. O objetivo é verificar a extensão dos problemas relatados na unidade.
Na audiência, ficou estabelecido que a Prefeitura e a administração do IJF deverão detalhar, até 13 de dezembro, a previsão orçamentária para 2025 e a suplementação de recursos para 2024. As informações precisam incluir o saldo de caixa, dívidas pendentes de novembro e custos planejados para dezembro de 2024. O encontro contou com a presença da vice-prefeita eleita Gabriela Aguiar, do secretário de Saúde do Ceará, Galeno Taumaturgo Lopes, e de representantes do IJF e da Procuradoria Geral do Município.
Dados do MPCE revelaram que, dos 375 medicamentos necessários, 279 (74,40%) estão em falta. Já entre os insumos médicos, como sondas, agulhas e fios de sutura, 263 itens (51,26%) também estão indisponíveis.
Para enfrentar a crise, a Prefeitura anunciou a criação de uma força-tarefa. Segundo nota oficial, o município tem 20 dias para apresentar um plano que contemple a recomposição do estoque em até 90 dias. A equipe já estaria em operação, negociando com fornecedores e buscando acelerar compras e pagamentos.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) destacou que o IJF enfrenta desafios únicos na rede pública e privada do estado. Enquanto isso, relatos de pacientes mostram que medicamentos básicos, como dipirona e antibióticos, estão em falta, assim como itens simples, como gaze e algodão. Segundo os testemunhos, pacientes foram dispensados sem atendimento e internações sofrem atrasos devido à escassez de materiais. Médicos de áreas essenciais, como ortopedia e anestesia, já reduziram atividades e ameaçam interromper os serviços.
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