Uma denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) revelou a existência de um grupo de WhatsApp vinculado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os integrantes são de São Paulo e de 11 municípios cearenses, incluindo localidades na região do Cariri. Esses membros eram responsáveis por supervisionar questões de disciplina dentro da organização.
De acordo com a denúncia, o grupo incluía moradores de Missão Velha, Tauá, Boa Viagem, Acopiara, Crato, Mombaça, Juazeiro do Norte, Independência, Milagres, Aurora e Fortaleza. As investigações começaram em 2023 após a apreensão do celular de João Felipe Bezerra Martins, alvo de um mandado de busca e apreensão.
O grupo, denominado “Coluna Regional Sul”, contava com a participação de outras 26 pessoas e discutia temas relacionados ao estatuto do PCC, como contribuições financeiras mensais e as hierarquias internas conhecidas como STF (Sintonia Final) e STG (Sintonia Geral). O MPCE destacou que a participação dos membros na facção era evidente, com muitos se apresentando por seus apelidos e informando suas áreas de atuação dentro da organização. A investigação se aprofundou para verificar a presença do PCC no Cariri, onde crimes como tráfico de drogas, posse de armas e homicídios eram cometidos.
A investigação utilizou interceptações telefônicas e a quebra de dados telemáticos dos integrantes do grupo “Coluna Regional Sul”, o que permitiu identificar os envolvidos na região Sul do Ceará. Segundo o MPCE, a facção estava envolvida em diversas atividades criminosas, incluindo tráfico de entorpecentes, posse e porte ilegal de armas e execuções. Com base nisso, a Vara de Delitos e Organizações Criminosas autorizou mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos em 21 de março de 2023, resultando em prisões em flagrante por posse de drogas.
Durante as operações, Diego Vieira Ferreira, conhecido como “Verdinho”, foi preso com 144 gramas de maconha e 20 gramas de cocaína, além de apetrechos usados no tráfico. Outro suspeito foi detido com 105 gramas de maconha divididas em porções, levando à sua prisão por tráfico. A investigação também apontou o casal Laís Arieli e Amauri Catarino Assunção como figuras de liderança, com atuação tanto no Ceará quanto em outros estados, como São Paulo, Amazonas, Rio Grande do Norte e Bahia.
O MPCE descreveu o “tribunal do crime” do PCC como um sistema paralelo de justiça, onde criminosos são julgados e punidos por ações que prejudiquem a facção. Essas punições podem incluir tortura e até execução, dependendo do veredito dado pelos membros da organização. Laís e Amauri foram indicados como líderes nacionais, com conexões em vários estados.
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