O Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou denúncia por compra de votos durante as eleições municipais de 2020 para a Câmara de Vereadores de Canindé. A denúncia inclui um vereador de Canindé, um cabo da Polícia Militar e um empresário local.
Segundo o promotor eleitoral Jairo Pequeno Neto, o esquema de compra de votos movimentou aproximadamente meio milhão de reais. As investigações revelaram que o policial militar atuava como agiota, financiando a campanha do vereador em troca de vantagens, como empregos e contratos na Prefeitura de Canindé. O empresário servia de intermediário para assegurar os recursos necessários e garantir o cumprimento dos acordos eleitorais.
A denúncia detalha que a compra de votos era uma atividade meticulosamente planejada, evidenciando um esquema organizado e estratégico. Os envolvidos realizavam reuniões com eleitores, oferecendo ou prometendo vantagens ilícitas em troca de votos. Entre os benefícios oferecidos estavam transporte de eleitores, fornecimento de kits de motocicletas e pagamento de combustível, impostos e documentação de veículos.
“O esquema revela uma prática deliberada de corrupção eleitoral, onde a troca de vantagens materiais por votos era parte integral da campanha, com pleno conhecimento e envolvimento do candidato”, afirmou o promotor Jairo Pequeno Neto.
Os três acusados foram denunciados pelo crime de compra de votos, conforme o artigo 299 do Código Eleitoral. Além disso, o vereador foi denunciado por omitir a declaração da quantia movimentada durante a campanha, conforme o artigo 350 da mesma lei.
O Ministério Público também solicitou o encaminhamento de uma cópia da denúncia à Câmara Municipal de Canindé, para que seja apurada uma possível quebra de decoro parlamentar pelo vereador envolvido no esquema.
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