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Nordeste contabiliza 506 mil crianças em situação de trabalho infantil

Em 2023, o Brasil contabilizou 1,852 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos envolvidos em atividades econômicas, sendo que 1,607 milhão estavam em situação de trabalho infantil. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) classifica o trabalho infantil como perigoso e prejudicial ao desenvolvimento físico, mental e social dos jovens, além de interferir negativamente na educação. Embora o trabalho de menores de 16 anos seja proibido, exceções são feitas para aprendizes a partir dos 14 anos, enquanto o trabalho noturno e insalubre é vedado para adolescentes de 16 e 17 anos.

A maior concentração de crianças e adolescentes em trabalho infantil foi observada no Nordeste, com 506 mil jovens nessa situação no ano passado. A região teve uma das maiores proporções de trabalho infantil em relação à sua população de 5 a 17 anos, com uma taxa de 4,5%, superada apenas pelo Norte (6,9%). Apesar disso, o Nordeste registrou uma queda de aproximadamente 33% no número de crianças nessa condição desde 2016, sendo a maior entre todas as regiões.

Nordeste contabiliza 506 mil crianças em situação de trabalho infantil
Foto: Reprodução/ Getty Images

A queda no trabalho infantil também foi observada em outras regiões do país, como o Sul e o Sudeste, mas o Nordeste se destacou pela redução mais acentuada. Em termos proporcionais, a região continua com números altos, o que indica a persistência do problema em áreas mais vulneráveis socialmente. A concentração de trabalho infantil no Nordeste reflete, em parte, as condições socioeconômicas locais, onde a pobreza e a informalidade contribuem para a exploração de mão de obra infantil.

As atividades econômicas mais comuns no trabalho infantil incluem o comércio, agricultura e pecuária, sendo que muitos desses jovens são empregados informalmente. No Brasil, a maioria das crianças e adolescentes que trabalham são pretos ou pardos. Além disso, um em cada cinco jovens que trabalham enfrentam jornadas de até 40 horas semanais ou mais.

A escolaridade é um dos principais fatores afetados pelo trabalho infantil. Embora a taxa de frequência escolar no Brasil seja alta, crianças em situação de trabalho infantil têm menos acesso à educação. No Nordeste, essa situação é agravada, especialmente entre adolescentes mais velhos, que muitas vezes abandonam a escola para contribuir com a renda familiar. Essa dinâmica perpetua o ciclo de pobreza e desigualdade na região.

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