O Instituto Trata Brasil divulgou, na última semana, um estudo sobre a falta de planos diretores de drenagem e manejo de águas pluviais em municípios brasileiros. Ao todo, apenas 263 cidades, ou 5,3% do total de municípios no país, possuem esses planos essenciais para o enfrentamento de desastres naturais, como as inundações.
A pesquisa abrangeu 4.958 municípios com dados no módulo de Águas Pluviais do SINISA, dos quais 4.695 informaram não possuir o plano. Vale destacar que esse planejamento é fundamental para reduzir riscos e garantir a segurança da população frente a eventos hidrológicos extremos.
Dentre as cinco, a região Nordeste é a mais afetada, com 98,6% de suas cidades sem o plano de drenagem. A seguir, aparece o Norte com 97,7% dos municípios na mesma situação. No Centro-Oeste, o índice é de 96,8%, enquanto no Sul o percentual é de 96,6%. Por último, aparece a região Sudeste, com 88,4% dos municípios sem o plano.
Em relação aos sistemas de drenagem, 40,4% dos municípios analisados têm sistemas exclusivos para águas pluviais, enquanto 12,59% operam com sistemas unitários, que misturam esgoto e drenagem. Já 14,48% possuem sistemas combinados e 32,49% não têm nenhum tipo de sistema de drenagem.
Outro dado aponta que apenas 3,2% das cidades brasileiras possuem sistemas de tratamento de águas pluviais. O percentual equivale a 157 municípios.
Quanto ao risco de desastres, 94 dos 100 municípios mais populosos do país estão mapeados com algum tipo de risco, como deslizamentos, enchentes e inundações. Isso representa 54% da população nessas áreas de risco.
O estudo também destaca o custo dos desastres hidrológicos: entre 1991 e 2023, ocorreram quase 26 mil eventos dessa natureza, que resultaram em 3.464 mortes e prejuízos superiores a R$ 151 bilhões. Em 2024, o Rio Grande do Sul também registrou uma tragédia, com 183 mortos e mais de 600 mil pessoas afetadas.
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