Com o objetivo de ilustrar o cenário educacional no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (13/06), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). O levantamento aborda aspectos, como analfabetismo, taxa de escolarização e abandono escolar.
Em 2024, o Nordeste manteve a maior taxa de analfabetismo do país, com 11,1% entre pessoas de 15 anos ou mais. O Brasil como um todo apresentou índice de 5,3%. Entre aqueles com 60 anos ou mais, 30,7% no Nordeste eram analfabetos, frente a 14,9% na média nacional.

Escolarização por Faixa Etária
Entre as crianças de 6 a 14 anos, o Nordeste acompanha o Brasil na manutenção de altas taxas de escolarização, com 99,5%, próximo da universalização proposta pelo PNE. Já entre adolescentes de 15 a 17 anos, a taxa no Nordeste alcançou 93,1%, um pouco abaixo da média nacional de 93,4%.
No ensino médio, a proporção de jovens nessa faixa etária frequentando, ou já tendo concluído, ficou em 73,9% na região. O índice é inferior à meta do PNE, que é de 85%, e abaixo da média nacional de 76,7%.
Para crianças de 4 a 5 anos, a taxa de escolarização no Nordeste foi de 94,9%, superando a média do país, que foi de 93,4%. No entanto, o percentual ainda está abaixo da universalização prevista na Meta 1 do PNE, que previa cobertura total até 2016. Já entre crianças de 0 a 3 anos, o Nordeste apresentou taxa de 34%, distante da meta de 50%.
Entre os principais motivos citados para crianças de até 3 anos não frequentarem creche ou escola, estão a decisão dos pais ou responsáveis de não fazer a matrícula, a falta de escola na localidade, ausência de vagas ou não aceitação por idade. Esses obstáculos estão mais presentes no Norte e no Nordeste.
Em se tratando das pessoas de 18 a 24 anos, o Brasil registrou que 31,2% desse público estavam frequentando cursos de ensino superior. O percentual ainda está abaixo da meta de 33% estabelecida na Meta 12 do PNE até 2024.
Nível de Escolaridade
No Nordeste, a média de anos de estudo para pessoas de 25 anos ou mais foi de 8,9 anos, abaixo da média nacional de 10,1 anos. Em relação à conclusão da educação básica obrigatória, menos da metade dos adultos nordestinos (47,0%) atingiu esse patamar, enquanto no Brasil o índice foi de 56%.
Em ambos os cenários, as mulheres lideram os percentuais de instrução. No Brasil, o público feminino a partir de 25 anos que concluiu o ensino básico corresponde a 57,8%, em comparação com os 54% dos homens. Já sobre a média dos anos de estudo, as mulheres registraram 10,3 anos, frente aos 9,9 anos do público masculino da mesma faixa etária.
No Brasil, 63,4% das pessoas brancas concluíram a educação básica obrigatória, contra apenas 50% das pretas ou pardas. Em se tratando dos anos de estudo, as pessoas brancas tiveram uma média de 11 anos e as pessoas pretas ou pardas apresentaram 9,4 anos.
Abandono Escolar
No ano de 2024, cerca de 8,7 milhões de jovens entre 14 e 29 anos no Brasil não haviam concluído o ensino médio, em grande parte por abandono escolar antes do término dessa etapa ou por nunca terem frequentado a escola. A maioria desses jovens era composta por homens (59,1%) e por pretos ou pardos (72,5%).
O abandono precoce foi mais acentuado no ensino fundamental, com 13,3% saindo antes dos 14 anos, e teve como principal marco a idade de 15 anos, quando o percentual quase dobrou em relação aos 14 anos, alcançando 12,6%. Regionalmente, o maior índice de abandono precoce foi registrado no Nordeste, com 7,8%.
A principal razão apontada para o abandono escolar ou para nunca terem estudado foi a necessidade de trabalhar, mencionada por 42% dos jovens, com maior incidência entre os homens (53,6%). Entre as mulheres, além do trabalho (25,1%), fatores como gravidez (23,4%) e afazeres domésticos ou cuidados com outras pessoas (9%) também foram decisivos.
A falta de interesse pelos estudos também foi citada: 26,9% em relação aos homens e 22,5% sobre as mulheres. O público masculino comentou ainda sobre problemas de saúde permanente como motivo para parar de estudar (4,2%).
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