Em Uruburetama, a 320km de Fortaleza, a quadrilha junina Trem Maluco teve sua apresentação interrompida por estar fazendo alusão por ter trechos inspirados no candomblé.
Os integrantes da quadrilha afirma que a Secretária de Turismo e Cultura de Uruburetama mandou parar a apresentação artística alegando ser “Macumba”, no momento em que os participantes se apresentavam vestindo a cor branca em homenagem a à Irmã Dulce, que foi uma freira brasileira que desenvolveu trabalho humanitário na Bahia.
Comunidade Religiosa se Manifesta
O Babalorixa Léo de Oxum, que faz parte do corpo sacerdotal do candomblé e de religiões de Matrizes Africanas, afirma que a quadrilha Trem Maluco sofreu intolerância religiosa e repudia o ato pela Secretária de Cultura e Turismo, pois na apresentação da que tinha como homenageada a Santa Dulce dos Pobres.
“O grupo junino resgatou a história, e resgatou também a passagem de irmã Dulce pelos terreiros de Candomblé, pois a irmã Dulce não via a religião, ela via o ser humano, havia tinha muita gente necessitada dentro dos terreiros de umbanda e Candomblé era uma população carente, a quadrilha fez alusão a passagem de irmã de Dulce, a sua vida e religiosidade, e merece ser respeitada.” afirma.
O Babalorixá reiteira que o termo “Macumba” é um termo pejorativo e que foi um ato de intolerância religiosa.
“Nós que somos e terreiro que somos povos tradicionais e cultuamos os orixás, repudiamos o ato que se refere a intolerância religiosa quando, a Secretária manda parar a a apresentação por acreditar que foi “Macumba”, nós somos guardados pelo artigo 15 da Constituição Brasileira que afirma que qualquer ser humano é resguardado pelo livre arbítrio de escolher professar sua fé como forma que bem entenderem e professarem como quiser.
A equipe do Portal A Notícia do Ceará entrou em contato com a prefeitura de Uruburetama, que lamentou o ocorrido e que solidarizou com os membros da quadrilha junina Trem Maluco, e pediu desculpas pela situação
O município também disse que “não compactua, enquanto entidade que preza pelo bem comum da sociedade e da cultura, com nenhum tipo de preconceito ou intolerância”. A secretária de Cultura do município, Fernanda Carneiro, não foi encontrada para se manifestar sobre o caso.
