O crédito consignado voltado para trabalhadores com carteira assinada já movimenta mais de 20% do total de empréstimos consignados no setor privado. Apesar do avanço, puxado principalmente por bancos públicos e de menor porte, apenas 3,6% dos pedidos foram atendidos até agora.
De acordo com a Dataprev, até o dia 24 de abril, o sistema registrou cerca de R$ 220 bilhões em solicitações, mas apenas R$ 8 bilhões viraram empréstimos de fato. A explicação está na dificuldade dos bancos em avaliar o risco de cada trabalhador. Muitos preferem esperar os primeiros pagamentos para calibrar suas estratégias.
Um dos empecilhos é a variação nas taxas oferecidas, que podem oscilar entre 4,5% e 7,99%. Essa instabilidade tem limitado a atuação dos bancos nas plataformas digitais do governo, como a Carteira de Trabalho Digital, onde o crédito é ofertado em formato de leilão. No entanto, um fator pode mudar esse cenário: a portabilidade.
A partir desta terça-feira (06/05), trabalhadores poderão migrar seus empréstimos pessoais para dentro do programa. Em 6 de junho, será a vez dos contratos antigos de consignado. A expectativa é que essa nova etapa destrave o acesso ao crédito para quem já tem dívidas, permitindo renegociações com taxas mais baixas.
Enquanto isso, os grandes bancos oferecem aos seus clientes atuais a troca do consignado tradicional pelo novo modelo CLT, que conta com garantias adicionais como FGTS e verbas rescisórias. Essa substituição vem acompanhada de renegociação contratual e redução de juros, numa tentativa de evitar que o cliente vá buscar melhores condições em outras plataformas.
Segundo o Ministério do Trabalho, 38% das empregadoras com contratos firmados já baixaram os arquivos necessários para o processamento dos pagamentos. O governo projeta que o crédito consignado CLT pode alcançar R$ 120 bilhões em empréstimos concedidos. Para efeito de comparação, o estoque atual do consignado privado é de R$ 41,2 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.
