O Ceará registrou, em novembro de 2025, o maior número de focos de calor já contabilizado para o mês nos últimos 20 anos. Levantamento baseado em dados do satélite Aqua identificou 2.902 ocorrências em todo o território estadual, o maior volume desde o início da série histórica, em 2005.
As informações foram analisadas e divulgadas pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a partir das detecções diárias do equipamento, utilizado como referência nacional no monitoramento de focos de calor. O total representa um crescimento de aproximadamente 56% em relação à média histórica de novembro, que é de 1.858 registros.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o aumento foi de cerca de 17%. Na época, foram identificados 2.475 focos.

Os pontos são identificados por satélites de monitoramento quando a temperatura da superfície ultrapassa 47 °C, indicando possível presença de fogo na vegetação. As detecções consideram frentes de fogo com dimensões mínimas de 30 metros de comprimento por um metro de largura, o que limita a captação de queimadas urbanas de pequeno porte e curta duração.
Registros
Entre os municípios com maior número de ocorrências em novembro estão Santa Quitéria (123), Crateús (113), Icó (98), Boa Viagem (92) e Tauá (91). Também figuram entre os mais afetados Mombaça e Pedra Branca (68 cada), Monsenhor Tabosa (61), Granja e Quiterianópolis (58 cada), Ipueiras (57) e Canindé (52).
Hidrolândia (49), Tamboril (45), Parambu e Viçosa do Ceará (44 cada), Quixeramobim (43), Ipu (40) e Nova Russas (36) também compõem a lista. Encerrando as 20 cidades com mais focos de incêndio, aparece o município de Mauriti, com 35 registros.
Por regiões de planejamento, o Sertão dos Crateús concentrou o maior volume de focos de calor, seguido pelo Sertão de Sobral, Serra da Ibiapaba e parte do Litoral Norte. O Cariri aparece na terceira posição. Fortaleza registrou apenas um foco no mês, enquanto outros 23 municípios não tiveram nenhuma ocorrência.

Por regiões de planejamento, o Sertão dos Crateús concentrou o maior volume de focos de calor, seguido pelo Sertão de Sobral, Serra da Ibiapaba e parte do Litoral Norte. O Cariri aparece na terceira posição. Fortaleza registrou apenas um foco no mês, enquanto outros 23 municípios não tiveram nenhuma ocorrência.
No cenário nacional, o Ceará ocupou a terceira colocação em número de focos de calor em novembro. O estado ficou atrás apenas do Maranhão, com 5.784 registros, e do Pará, com 5.659.
Análises
Segundo a Funceme, o aumento está associado às características habituais do fim da estação seca, como temperaturas elevadas, baixa umidade relativa do ar, ventos intensos e escassez de chuvas. Esse conjunto de fatores deixa o solo e a vegetação mais suscetíveis, favorecendo a propagação de incêndios.
Até o dia 16 de dezembro deste ano, o Estado já acumulava 7.075 focos de calor, segundo a plataforma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A pouco mais de duas semanas do encerramento de 2025, o número se aproxima do total registrado ao longo de todo o ano de 2024, quando foram contabilizadas 7.166 ocorrências.
Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.

