Nos próximos dias, o presidente Lula (PT) deve formalizar o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518 a partir de 2025. O novo valor representa um aumento de R$ 106 em relação ao atual, de R$ 1.412, o que equivale a um reajuste de 7,5%, superando a inflação. A medida entra em vigor em janeiro com o pagamento atualizado em fevereiro. O decreto será publicado até o final de dezembro.
O reajuste segue a fórmula aprovada recentemente no pacote de contenção de despesas, que considera a inflação acumulada até novembro (4,84%) e o crescimento do PIB de dois anos anteriores (3,2%). Entretanto, para limitar os gastos públicos, foi implementado um teto de 2,5% sobre o crescimento do salário mínimo. Com isso, o valor foi ajustado para R$ 1.518, abaixo dos R$ 1.528 previstos pela regra anterior, o que implica uma redução de R$ 10 por mês para os trabalhadores.
Como o salário mínimo é referência para benefícios previdenciários e sociais, a mudança trará impacto direto nas despesas públicas. Cada real acrescido no salário mínimo gera um custo estimado de R$ 392 milhões para o governo. Dessa forma, a nova regra permitirá uma economia de aproximadamente R$ 4 bilhões em 2025.
A longo prazo, o corte de gastos terá um efeito ainda maior. Até 2030, aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), deixarão de receber cerca de R$ 110 bilhões. Essa quantia corresponde a um terço da economia total de R$ 327,1 bilhões projetada com as novas medidas fiscais.
Atualmente, o salário mínimo serve como referência para 59,3 milhões de brasileiros, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além de impactar diretamente trabalhadores e beneficiários de programas sociais, o reajuste também influencia a economia de maneira geral, aumentando o poder de compra e elevando a média salarial no país.
Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.