O Ceará registrou a segunda alta consecutiva no número de inadimplentes, segundo o Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, divulgados nesta sexta-feira (27). Houve um crescimento de 5,4% em maio deste ano na comparação com o mesmo mês de 2024. Apesar da elevação, ela se mantém abaixo da média nacional, que avançou 6,28% no mesmo período.
Um dado que chama atenção e pode representar um ponto de alívio é que 32,1% dos negativados no estado têm dívidas de até R$ 500. Isso significa que, para quase um terço dos inadimplentes, uma renegociação ou pequenos ajustes no orçamento poderiam representar um caminho para a regularização da situação financeira.
Segundo o presidente da FCDL-CE, Freitas Cordeiro, embora a inadimplência ainda se faça presente em patamar preocupante, com incremento no número de negativados, é lícito antever que o fortalecimento do crédito e a elevação da renda tendem a mitigar tais fragilidades ao longo do semestre vindouro.
“Políticas públicas de renegociação, feirões de crédito e programas de educação financeira podem ser instrumentos eficazes para auxiliar uma parte expressiva da população a sair da lista de inadimplentes, retomando o consumo e reequilibrando o orçamento familiar.”, comenta Freitas Cordeiro, presidente da FCDL-CE.
Valor médio das dívidas tem alta
Por outro lado, os desafios seguem significativos. O valor médio das dívidas chegou a R$ 4.370 em maio, um aumento de 5,4% em relação ao ano anterior, refletindo o impacto da inflação sobre o endividamento. Além disso, o número total de dívidas (relações CPF-CNPJ em atraso) cresceu ainda mais do que o de devedores, com alta de 9,7%. Ou seja, muitos consumidores continuam acumulando novas pendências mesmo já estando inadimplentes.
O setor bancário concentra a maioria das dívidas (60,5%), o que pode indicar dificuldades com empréstimos, cartões de crédito e financiamentos. Outro destaque preocupante é a presença do setor de água e luz como credor de 17,1% das dívidas — um percentual alto, considerando que se trata de serviços básicos.
Reincidência
Outro dado que aponta para a persistência da inadimplência é o índice de reincidência: 85% dos consumidores negativados em maio já estiveram nessa situação ao menos uma vez nos últimos 12 meses. Ainda assim, a predominância de dívidas de menor valor pode representar uma oportunidade.
1º semestre registra saldo positivo nas vendas no varejo no acumulado do ano
Já conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em abril de 2025, as vendas do comércio varejista recuaram no Ceará. O recuo foi de 1,5% na comparação com o mês imediatamente anterior. Já as vendas do varejo ampliado registraram alta de 1,5%, destoando da média nacional, que registrou queda nas vendas dessa segmentação do comércio.
Mesmo com o recuo das vendas do comércio varejista na comparação mensal, as vendas desse segmento avançaram no acumulado do ano. A alta foi de 3,6%. No varejo ampliado, o crescimento das vendas foi de 6,1% nessa mesma base de comparação. O acumulado do ano compara o período de janeiro a abril de 2025 com o mesmo período do ano anterior. Os números mostram, em suma, que em um horizonte maior de análise, as vendas seguem crescendo no estado
Sobre o Radar do Varejo
O Radar do Varejo Cearense é uma publicação da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará que reúne os principais dados da economia estadual. A ideia, conforme explica Freitas Cordeiro, é reunir e analisar indicadores relevantes para que empresários do setor varejista possam balizar suas ações embasadas em fontes dignas de credibilidade. Para conferir esta edição, é só acessar o site: fcdlce.org.br