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O Dublê é homenagem divertida ao cinema de ação (Crítica)

Dirigido por David Leitch (Hobbs & Shaw), O Dublê vai além de uma homenagem à, provavelmente, profissão mais arriscada do cinema. O projeto é a combinação harmônica entre comédia e ação, no qual é pouco visto de maneira tão bem feita, garantindo ser um projeto marcante.

O dublê Colt Seavers volta à ação quando uma estrela de cinema desaparece de repente. À medida que o mistério se aprofunda, o personagem se envolve em uma trama sinistra que o leva à beira de uma queda mais perigosa do que qualquer uma de suas acrobacias.

Atores que fazem suas próprias cenas de ação tem se tornado mais valorizados tanto com os estúdios quanto com o público. Sabendo ser algo raro, a dupla de roteirista Glen A. Larson (Galáctica) e Drew Pearce (Missão: Impossível – Nação Secreta) escreveram uma história para homenagear aqueles que, na grande maioria, se arriscam pelo bem da sétima arte, os dublês.

Para fazer esse projeto sair do papel, a Universal Studios escolheu dois nomes certeiros para o filme ser produzido. O primeiro é o cineasta David Leitch, que além de ser reconhecido por revolucionar o gênero de ação em John Wick, o mesmo nos últimos anos se destacou com outras grandes produções, como Trem-Bala e Atômica. Já trabalhando em O Dublê, Leitch traz algo que virou sua marca registrada, que são as cenas de ação quase incomparáveis no mercado, no qual poucos outros diretores podem fazer o semelhante.

Outro ponto costumeiro em filmes do cineasta estadunidense é o humor, e um ator certo para ser o protagonista deste longa-metragem, e o segundo nome certeiro para o seu desempenho, é Ryan Gosling (Barbie). O artista tem boas atuações em filmes mais dramáticos, como La La Land e Blade Runner, contudo, o mesmo brilha de verdade nas comédias, Dois Caras Legais e Amor a Toda Prova, por exemplo.

Juntando esses dois talentos, temos uma narrativa que, não só homenageia os dublês, como arranca gargalhadas e encanta os olhos. Leitch e Gosling conseguiram trazer uma harmonia a uma história simples com piadas dentro do segmento cinematográfico e cenas de ação. O projeto, além de fazer anedotas com a categoria, ainda traz provocações cômicas a outros atores, taxados como astros de ação, mas nem fazem suas próprias cenas, e também a certos cineastas, tidos como “gênios”, no entanto, são apenas medíocres.

No entanto, até aqueles que não irão pegar essas piadas, visto que não acompanham o meio, ainda irão se divertir bastante. O diretor talvez tenha feito suas melhores sequências de ação ao lado de Trem-Bala, no qual preenchem a tela do cinema de maneira harmônica e uma mais surpreendente que a outra.

Junto a esses dois talentos, ainda há o restante do elenco que se mostrou capacitado para acompanhar o timing cômico de Ryan Gosling, como é o caso, principalmente, de Emily Blunt (No Limite do Amanhã). A atriz britânica ao lado do protagonista esbanjam uma ótima química, não só para as piadas, mas também para o romance que ambos possuem, onde é simples, mas que convence o espectador de que há sentimento entre ambos. Além disso, ainda há o trabalho de Aaron-Taylor Johnson (Kick-Ass), Winston Duke (Pantera Negra) e Hannah Waddingham (Ted Lasso), que mesmo sendo coadjuvantes, agregam muito à narrativa.

O final do projeto é tão grandioso, que talvez surpreenda os desavisados. Sendo, possivelmente, a maior sequência de ação dos últimos anos, não pela sua duração, mas sim pela quantidade de conceitos envolvidos, o número de pessoas participando e o escopo do restante. Além disso, no geral, ainda há fotografia de Jonathan Sela (A Cidade Perdida), que enquadra muito bem tudo acontece, e a edição de Elísabet Ronaldsdóttir (Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis), que alguns momentos parece ter alguns desencontros, mas também faz um trabalho competente.

Por fim, O Dublê faz um trabalho digno para todos que se arriscam para o bem das produções cinematográficas, mas também cria uma narrativa que te envolve do início ao fim. Além disso, o projeto de David Leitch talvez seja um daqueles filmes que pode cair no gosto do grande público para todo o ano, e, se não fosse o suficiente, temos mais uma vez Ryan Gosling provando porque é um dos principais atores de sua geração, onde talvez domine qualquer gênero e proposta.

Nota: 9/10

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