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Os Fantasmas Ainda Se Divertem não atinge o que se esperava para um retorno épico (Crítica)

Dirigido por Tim Burton (Edward Mãos de Tesoura), Os Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice chega para ser um retorno épico e tão esperado pelos fãs. Mesmo com competências, não chega a ser o que se espera depois de tantos anos de espera.

Sendo uma continuação direta do filme de 1988, o projeto faz o espectador voltar a cidade Winter River, onde, após uma tragédia, a família Deetz retorna a casa mal assombrada da cidade. Com isso, acompanhamos os problemas familiares dos protagonistas e o iminente retorno do fantasma Beetlejuice, que também precisa lidar com um problema do seu passado.

O retorno de Tim Burton foi fundamental para a execução do filme, principalmente no que condiz em seu visual. O cineasta estadunidense é famoso por utilizar uma estética gótica em seus projetos, e com o longa original da franquia não foi diferente, quando usou desse estilo de maneira mais cômica.

Já para sua sequência, o diretor, juntamente com o Mark Scruton (Jogador Nº 1), responsável pela direção de arte do projeto, não apenas resgatam a essa estética para os dias atuais, como expõem que ela ainda pode ser utilizada em tempos de cenários e elementos muito computadorizados.

Quem já assistiu outros projetos de Burton percebe como o cineasta tem apreço por utilizar elementos em stop motion e maquiagem pesadas. O diretor não fugiu dessa sua característica para essa sequência, como também a fincou na franquia. O que antes parecia uma limitação para o período do primeiro filme, agora parte do que tudo representa a franquia Beetlejuice. Isso não só pelo fato dele simplesmente usar, mas sim pelo fato dele conseguir integrar bem isso em tela.

 

No entanto, acho que o diretor não conseguiu entregar o mesmo nível de humor do primeiro filme. Anteriormente, todos os personagens eram muito escrachados, algo que combinava bastante com o personagem cartunesco que é o Beetlejuice. Mas agora poucos são assim, fazendo com que a sequência fuja um pouco da proposta original. E não mudanças não sejam bem-vindas, porém, aqui não foi muito bem realizada.

Outro detalhe que desagrada bastante é a desatenção, ou a falta capricho, do roteiro, escrito pelo trio Alfred Gough (Eu Sou o Número 4), Miles Millar (Smallville) e Seth Grahame-Smith (Lego Batman). Uma vez que o filme é basicamente a personagem de Winona Ryder (Adoráveis Mulheres) e Jenna Ortega (Wandinha) buscando se compreender como mãe e filha. No entanto, a ideia mal é desenvolvida ao ponto do diálogo de ambas praticamente não serem bem aprofundados. E mesmo que o filme seja uma comédia, ele teria que ter feito isso, ao invés de uma relação superficial.

Além disso, a grande vilã da narrativa, interpretada por Monica Bellucci (Matrix Revolutions), por muitos momentos não passa de uma alma vagante na narrativa. Uma vez que a personagem passa praticamente a história toda indo de um lugar ao outro sem demonstrar ser uma verdadeira ameaça. Basicamente ela é escanteada para dar lugar a outros pontos da narrativa.

Enquanto isso, Michael Keaton (Batman) voltou a interpretar Beetlejuice como se não tivesse se passado quase quatro décadas do filme original. O ator, com a colaboração de Tim Burton, conseguiu manter a essência cartunesca do personagem e em alguns momentos ainda conseguiu ampliar essa característica.

Por fim, Os Fantasmas Ainda Se Divertem é a sequência que, definitivamente, não chega perto da qualidade do primeiro. Apesar de divertir e manter seus charmes visuais, o roteiro do projeto peca pelo seu pouco cuidado e por não conseguir ser a porta de entrada para novos fãs, visto que quem não assistiu ao filme original, não deve se sentir envolvido nesta nova história. Além disso, mesmo ainda tendo suas competências humorísticas, a narrativa não se faz marcante, onde para alguns caia nas continuações esquecíveis.

Nota: 6,5/10

Também leia a crítica de Longlegs: Vínculo Mortal, Alien: Romulus e Borderlands.

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