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Para delatar, Mauro Cid pediu proteção a PF

Em troca da delação que implica Jair Bolsonaro e outros expoentes do seu governo numa trama golpista, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, tirou o sigilo da delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid. Ontem, a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou 34 pessoas envolvidas na suposta trama.

O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, ao acertar sua delação premiada, pediu às autoridades uma série de benefícios, como:

  • – Perdão judicial ou pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos;
  • – Restituição de bens e valores apreendidos;
  • – Extensão dos benefícios para pai, esposa e filha maior;
  • – Ação da Polícia Federal visando garantir a segurança dele e de seus familiares, bem como medidas visando garantir o sigilo dos atos de colaboração.

A delação de Cid tem quatro volumes. Os três primeiros têm mais de 200 páginas, enquanto o quarto tem 51. Na mesma decisão, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes determinou prazo de 15 dias para que os 34 denunciados pela PGR apresentem suas defesas por escrito.

O que diz a defesa de Bolsonaro

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que recebeu com “estarrecimento e indignação” a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) por uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Os advogados do ex-presidente chamaram a denúncia de uma “narrativa fantasiosa” baseada em um “delator que questiona a sua própria voluntariedade”, em referência à delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

“A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa”, diz a defesa.

A nota diz que Bolsonaro “jamais” planejou um golpe de Estado. “O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”, afirma.

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