
A pandemia da Covid-19 e o crescimento nos casos de gripe – ou influenza – no Ceará e no Brasil colocaram novos termos no cotidiano da sociedade e, ao mesmo tempo, levantou-se algumas dúvidas: qual a diferença entre síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG)?
Síndrome Gripal (SG)

É adotada pelos profissionais da Saúde ao avaliar uma pessoa com pelo menos dois destes sintomas: febre repentina, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza e ausência e/ou dificuldade em perceber cheiro/sabor. Em crianças e idosos, a SG pode causar ainda outras manifestações. Nas crianças, a síndrome gripal pode causar também obstrução nasal. Nos mais velhos, devem ser considerados outros fatores como perda repentina de memória, confusão mental, sono em excesso, irritabilidade e falta de apetite.
Segundo a assessora técnica da Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Louanne Aires, nos casos suspeitos de Covid-19, a febre pode não surgir. No entando podem ela ressalta que a pessoa pode ser acometida de sintomas gastrointestinais, como a diarreia.
Síndrome respiratória aguda grave (SRAG)

Por outro lado, quando as pessoas apresentam outras dificuldades para além dos sintomas da SG é necessário atenção. Desconforto para respirar ou respiração rápida e curta; dor persistente no peito; saturação de oxigênio abaixo de 95% e coloração azulada nos lábios ou no rosto podem ser causas decorrentes da síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Conforme a infectologista do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Melissa Medeiros, a SRAG tem como característica a baixa saturação, que é a diminuição de oxigênio dos órgãos que precisam ser irrigados para que continuemos vivendo. Isso faz com que a pessoa sinta um desconforto e respire mais vezes por minuto. Quando a saturação está abaixo de 92%, considera-se agravamento.
Durante a Covid-19, na fase inflamatória, entre o 8º e o 12º dia, há risco de redução de saturação, e é neste período que é necessário o monitoramento constante da oxigenação. Em idosos ou pessoas com comorbidades o monitoramento deve ser iniciado no 5º dia.