Há 20 anos, o poeta Patativa do Assaré deixava o Ceará. O poeta cearense morreu no dia 8 de julho de 2002, aos 93 anos de idade, em decorrência de uma parada cardíaca.
Filho de agricultores, Patativa era poeta, cantor, compositor, e repentista. Quando criança, perdeu a visão e só frequentou a escola durante 4 meses.
Ele foi batizado como Antônio Gonçalves da Silva, mas deixou o nome e sobrenome para trás e cresceu como Patativa, apelido que ganhou do escritor José de Carvalho Brito, que comparou o talento do poeta ao canto de um pássaro.
Mesmo indo pouco à escola, Patativa deu asas ao talento. Aos 16 anos, comprou uma viola e começou a cantar de improviso. Seus versos foram ouvidos nos quatro cantos do mundo, mas ele nunca ganhou dinheiro com a poesia.
Estátua de Bronze
Na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, na cidade natal de Patativa, Assaré, a 520 km de Fortaleza, o poeta cearense recebeu foi homenageado com uma estátua de bronze em tamanho natural, 12 anos após sua morte.

Poemas de Patativa
Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
Patativa é um ícone da cultura cearense e sua história se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. O poeta tinha o poder de memória, capaz de recitar qualquer um de seus textos, mesmo após os 90 anos de idade.