O dia de trabalhos na Assembleia Legislativa (Alece), nesta quinta-feira (29/02), foi marcado por discursos de parlamentares de situação e de oposição sobre a Educação do Ceará. Os debates ficaram acalorados após ser levado à Casa uma denúncia sobre a situação vivida por uma unidade escolar da rede estadual de ensino.
Presidente da Frente Parlamentar de Educação na Alece, o deputado Cláudio Pinho declarou que os próprios alunos denunciaram a situação. Na visão do político, questões como essas não devem ser politizadas, mas resolvidas.
“Eu trouxe para a Tribuna o que veio a mim. Foi a movimentação de alunos da própria comunidade escolar, e não políticos que foram lá para tentar criar um fato. A denúncia partiu de alunos que querem ter o direito de estudar. Uma escola não ter um toner para os estudantes imprimir as tarefas? Isso é o básico. Agora eles [deputados de situação] querem politizar. Não podem ver um pedacinho de mato ou uma goteira nas escolas de Fortaleza que vão lá filmar. Devemos abraçar o problema e solucioná-lo”, argumentou.
Propagando o debate, deputados da ala de situação rebateram às críticas citando uma situação semelhante: repercutiu nas redes sociais o vídeo que mostra uma escola administrada pela Prefeitura de Fortaleza com goteiras no teto.
Equilíbrio
Em pronunciamento realizado na Alece, o deputado Antônio Henrique afirmou que algumas fiscalizações realizadas por deputados cearenses possuem cunho político. Segundo o parlamentar, algumas figuras aproveitam o ano eleitoral para atraírem os holofotes, especialmente por serem oposição ao prefeito Sarto Nogueira.
Na visão do político, as críticas relacionadas à atual administração de Fortaleza partem de um grupo político que deseja assumir a Prefeitura. Na avaliação de Antônio Henrique, a fiscalização deve ser implementada com o mesmo rigor em unidades escolares administradas pelo Governo do Estado. “Infelizmente, o que estamos vendo hoje é que as pessoas querem usar essa Tribuna para fazer um palanque eleitoral”, criticou.
O deputado estadual Sargento Reginauro (União Brasil) manifestou preocupação com os egressos do ensino público do Estado do Ceará e fez ponderações quanto às ações que são implementadas na área. Na visão do parlamentar, as políticas públicas poderiam ser mais assertivas no sentido de preparar os alunos de uma melhor forma. “Estão formando incapazes”, criticou.
Segundo o parlamentar, existe a constatação de alunos que concluem o ensino médio com dificuldades em operações básicas de Matemática e com problemas na escrita do Português.
Rebate
Líder do Governo na Alece, o deputado estadual Romeu Aldigueri teceu elogios ao trabalho que Camilo Santana vem exercendo à frente do Ministério da Educação. Segundo o parlamentar, o ex-governador é responsável por experiências exitosas que o Ceará teve na área da Educação nos últimos anos. Reforçando os seus argumentos, Aldigueri listou a série de ações que Camilo vem implementando na pasta ao longo de sua atuação e definiu a postura do ministro como revolucionária.
“Temos um ministro que está retomando 6 mil obras paralisadas e que está abrindo programas para dar suporte a prefeitos e governadores. Camilo abriu o programa de alfabetização na idade certa e tem criado políticas para evitar a evasão escolar. O modelo educacional do Ceará é exemplo para o Brasil […] teremos uma sede do ITA aqui”, pontuou.
A fala do deputado foi motivada após outros parlamentares da Casa fazerem críticas à Educação do Ceará. Segundo Aldigueri, as observações da oposição são carregadas de cunho político. Ainda em seu discurso, o líder do Governo fez questionamentos sobre a atuação do Governo Federal na gestão anterior.
“Querem desconstruir o maior ministro da Educação da história desse país e um modelo de Educação que é o maior da América Latina. Tivemos no desgoverno federal anterior a corrupção em ouro. Pastor roubando em ouro foi para dentro do Ministérios da Educação. Por lá passaram quatro ministros, cada um mais incompetente do que o outro. Temos aí o programa ‘Pé-de-meia’, que é uma poupança para evitar a evasão escolar. Por que o Governo Federal anterior não fez?”, indagou.