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Pesquisa da CNM aponta desabastecimento de vacinas no Brasil

Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que há um cenário de desabastecimento de vacinas essenciais do calendário nacional de imunização no Brasil. A CNM realizou o levantamento em 2.895 Municípios e constatou a falta de imunizantes para proteger a população em 65,8%. A pesquisa foi feita entre os dias 29 de novembro e 12 de dezembro.
De acordo com o estudo, 199 dos 230 Municípios de Santa Catarina respondentes – ou seja, 87%
– relatam falta de vacinas. Em seguida vêm os Municípios do Ceará, com 86% (51 dos 59 respondentes); Espírito Santo, com 84% (38 dos 45 respondentes); e Minas Gerais, com 83% (412 dos 496 respondentes) dos Municípios afetados.
Em 52,4% dos municípios não há estoque da vacina contra a varicela (catapora). Em segundo lugar, o imunizante que mais faltava nas cidades, no período pesquisado, foi o da covid-19 para adultos – ausente em 25,4% (736), com uma média de 45 dias sem disponibilidade. A responsabilidade por comprar as vacinas que são ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil é do Ministério da Saúde.

Além do cenário geral que preocupa a entidade, a falta de proteção contra a covid-19 se acentua em um momento delicado. “A primeira semana de dezembro teve um aumento de 60% no número de notificações da doença no Brasil. É o maior desde março”, alerta o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. O país registrou 20.287 casos de 1 a 7 de dezembro, segundo dados do Painel Covid-19 do Ministério da Saúde.

Segundo Ziulkoski, os estoques de vacinas estão irregulares e a União precisa responder por isso. Na avaliação dele, o cenário pode se agravar tanto pela ausência de vacinas quanto pela percepção da população de um “relaxamento” na necessidade de se vacinar. Em razão disso, a CNM também cobra o reforço das estratégias de conscientização, o que nesse caso, contudo, só é possível se houver vacinas disponíveis.

Coqueluche
A terceira vacina que mais Municípios (520 ou 18%) apontaram falta de doses foi a DTP, que combate a difteria, o tétano e a coqueluche. O imunizante já não constava nos estoques dessas cidades, em média, há 60 dias.

Esse é outro cenário que aumenta o alerta para o Brasil, uma vez que o país enfrenta surtos de coqueluche, doença respiratória e altamente contagiosa. Os casos confirmados cresceram quase 2.000% em 2024 em comparação com 2023, e o país atingiu o maior patamar da doença desde 2014. Até 27 de novembro deste ano, foram registrados 4.395 casos, a maioria deles (1.767) no Paraná. No total, há 17 óbitos pela doença no Brasil em 2024, sendo 16 em crianças menores de 1 ano.  O temor é que a situação se agrave com a escassez da vacina.

A pesquisa também identificou, entre os Municípios participantes, falta da vacina Meningocócica C, que protege contra infecções graves e fatais, como a meningite (indisponível em 12,9% (375) das cidades); da Tetraviral, que combate o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela, (indisponível 11,6% (337) dos Municípios) e da Febre Amarela (indisponível em 9,7% (280) Municípios).

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