O uso excessivo de telas, embora amplamente estudado em crianças e adolescentes, também impacta a saúde mental dos adultos. Pesquisas recentes indicam que o uso constante de redes sociais pode ser tão prejudicial quanto o tabagismo e o consumo de álcool, contribuindo para sintomas como depressão, ansiedade e ideação suicida.
O termo “brainrot”, que descreve a deterioração cerebral causada por conteúdos inúteis, e “burnon”, exaustão pelo excesso de conectividade, refletem o impacto do uso excessivo de dispositivos digitais. As informações foram publicadas no PLOS Global Public Health, na revisão Commercial determinants os mental ill health: An umbrela review. Traduzindo para o português: “Determinantes comerciais da doença mental: uma revisão abrangente”.
Segundo psiquiatras, a busca por uma vida idealizada nas redes sociais aumenta a pressão interna e social, levando a comparações que podem causar estresse, ansiedade e sintomas depressivos. A busca incessante por aprovação, na forma de curtidas e seguidores, contribui para o aumento desses transtornos, e a exposição a um volume enorme de informações faz com que o cérebro tenha dificuldade em processar tudo, prejudicando a atenção e a memória.
Além disso, o tempo gasto em atividades digitais frequentemente substitui práticas importantes para o bem-estar, como exercícios, contato com a natureza e relações interpessoais. O consumo de conteúdos repetitivos e pouco desafiadores para o cérebro afeta o desenvolvimento cognitivo, especialmente em jovens, prejudicando a maturação de funções cerebrais como controle emocional e tomada de decisões, que ocorrem até os 25 anos.
O uso excessivo de telas também pode levar ao isolamento social e criar uma dependência devido à liberação de dopamina, que é o hormônio responsável pela sensação de prazer. Nesse sentido, quando o tempo online começa a comprometer outras áreas da vida, como trabalho e relacionamentos, é sinal de que o uso se tornou problemático. Nesses casos, é importante que haja ajuda profissional para direcionar o equilíbrio entre a conectividade e o mundo real.
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