Pela primeira vez na história, uma mulher latino-americana será a presidente da International Aids Society (IAS), a maior associação mundial de profissionais do vírus da inmunodeficiencia humana, com membros em mais de 190 países e que trabalham em todas as frentes como a resposta mundial ao HIV e à AIDS. Essa mulher é a infectologista e pesquisadora brasileira Beatriz Grinsztejn, que ficará a frente durante o o biênio 2024-2026
Grinsztejn tomará posse como presidente da IAS nesta sexta-feira (26), durante o encerramento da 25ª Conferência Internacional sobre Aids, em Munique, na Alemanha. A brasileira é pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e afirma que irá levar a sociedade internacional as experiências do Brasil em relação ao tratamento e prevenção contra o vírus.
Além disso, a pesquisadora diz que o Brasil é referência no tema e tem um programa “espetacular” que propicia acesso universal e gratuito aos cidadãos brasileiros, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “No Brasil nós temos acesso ao que há de melhor em termos não só de tratamento, mas também de prevenção, o que nos diferencia e muito, inclusive da maior parte dos países da América Latina, onde a profilaxia pré-exposição ainda não é acessível aos cidadãos através do sistema público de saúde”.
No entanto, Beatriz Grinsztejn revela que o Brasil precisava de mais visibilidade para captar mais recursos para pesquisa, para que assim possa possa demonstrar internacionalmente todo o poder da ciência brasileira. Além disso, a mesma revela que um desafio durante sua presidência será a questão da credibilidade científica, que durante os últimos anos está sendo contestada.
A nossa função como sociedade internacional é fomentar a pesquisa e fomentar que a ciência seja a base de todas as políticas públicas e que a comunidade, junto com os pesquisadores, possa levar essa discussão à frente sempre com base na evidência científica norteando as políticas públicas. Nesse sentido, o Brasil é um exemplo, ainda que tenhamos sofrido um impacto, nós continuamos a ser um exemplo na perspectiva de que o nosso Sistema Único de Saúde propicia o acesso a tecnologias que possam beneficiar a nossa população”, disse a pesquisadora.
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