Nesta sexta-feira (10/07), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação que tem como um dos principais alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro será submetido a diversas medidas restritivas, entre elas o monitoramento por tornozeleira eletrônica e a proibição de utilização de redes sociais.
Além dessas restrições, o ex-chefe do Executivo federal deverá permanecer em domicílio diariamente das 19h às 7h. A Corte também vedou qualquer tentativa de aproximação com representações diplomáticas estrangeiras, assim como contato direto com diplomatas ou outros envolvidos no mesmo processo que tramita no STF.
Os mandados judiciais foram executados na casa de Bolsonaro, em Brasília, e em unidades do Partido Liberal (PL). Conforme informações da PF, há indícios de que o ex-presidente buscava atrapalhar o andamento do processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Isso pode configurar crimes como obstrução de Justiça, coação de testemunhas e ameaça à soberania nacional. Durante o cumprimento da ordem, foram encontrados cerca de 14 mil dólares em espécie na residência.

Ainda nesta sexta-feira, Bolsonaro foi encaminhado à sede do Centro de Monitoração Eletrônica da Polícia Civil do Distrito Federal, onde o equipamento de vigilância será instalado. Por meio de nota, o advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente, declarou que a defesa recebeu a determinação do STF com “surpresa e indignação”, afirmando que Bolsonaro “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. Segundo Vilardi, o ex-presidente só deve se pronunciar oficialmente após ter acesso aos detalhes da decisão.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou recentemente sobre o caso. Na última segunda-feira (14/07), o procurador-geral Paulo Gonet apresentou ao ministro relator Alexandre de Moraes as alegações finais, solicitando a condenação de Bolsonaro e de outros sete acusados apontados como parte central na articulação do suposto golpe.
Entre os nomes estão Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens; o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil; Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF; além dos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, que integraram a cúpula do governo federal nos cargos de ministro do GSI e da Defesa, respectivamente.
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