
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (1º/08), trouxe sinais positivos para a economia do país. Após quase dois meses, os analistas voltaram a elevar a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, enquanto revisaram para baixo, pela 14ª semana seguida, a estimativa de inflação medida pelo IPCA.
De acordo com o relatório do Banco Central, a economia brasileira deve fechar 2025 com avanço de 2,19%, ligeiramente acima dos 2,18% projetados na semana anterior. Embora a variação seja discreta, apenas 0,01 ponto percentual, ela interrompe uma sequência de cortes e estabilidade nas previsões iniciada em julho, quando a projeção chegou a 2,23% antes de cair. Para os anos seguintes, o cenário também aponta para leve melhora: 1,87% em 2026 (contra 1,86% na semana anterior) e 1,89% em 2027 (ante 1,87%).
O principal destaque, no entanto, segue sendo a inflação. A previsão para o IPCA de 2025 passou de 4,86% para 4,85%, mantendo a tendência de desaceleração observada nas últimas 14 semanas. Mesmo com o recuo, o número ainda está acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual. As projeções para os anos seguintes também indicam queda: 4,31% em 2026 (ante 4,33%) e 3,94% em 2027 (contra 3,97%).
Outro dado que reforça o clima de maior estabilidade é o dólar, cuja cotação recuou de R$ 5,59 para R$ 5,56. Já a taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 15% para este ano, demonstrando cautela diante das incertezas fiscais e externas.
A leitura do boletim indica que, embora a retomada ainda seja modesta, o mercado começa a vislumbrar um crescimento um pouco mais robusto, aliado a um processo gradual de redução da inflação. A Selic elevada mostra que o Banco Central permanece firme no compromisso de controlar a alta de preços, mesmo com impacto na atividade econômica no curto prazo.