PUBLICIDADE

Plano Diretor: relator apoia “emendão” e rejeita mais de 200 mudanças

Foto: Reprodução

O relator do Plano Diretor de Fortaleza, Bruno Mesquita (PSD), apresentou parecer contrário a 232 emendas sugeridas por vereadores. Cerca de 38 emendas foram retiradas por seus respectivos autores. A matéria recebeu pedido de vistas coletivo na reunião desta terça-feira, 25. Apenas duas emendas tiveram parecer favorável, uma delas o “emendão”, proposta assinada por 34 vereadores.

Entre as alterações que a emenda traria estão a mudança do início da vigência do Plano Diretor para 180 dias após a promulgação, a modificação em diversas zonas ambientais, o que impediria dezenas de áreas verdes na Capital e a criação de exceção para edificações em áreas federais, abrindo margem para viabilizar empreendimento na Floresta do Aeroporto.

Outra emenda com parecer favorável é de autoria de Aglaylson (PT). O texto estabelece a destinação formal de espaços públicos ociosos, subutilizados ou degradados para iniciativas de agricultura e agroecologia urbana e periurbana. O relator Bruno Mesquita não concedeu entrevista.

A discussão e, principalmente, a votação dos pareceres do Plano Diretor pela comissão especial ainda não têm data definida. Com o pedido da Comissão, as emendas retornam para análise após o prazo de uma sessão ordinária.

A expectativa é que elas sejam apreciadas pela Comissão até o fim deste mês. O motivo de não haver definição imediata é a intenção de dar mais tempo para os vereadores examinarem o material, segundo o presidente da Comissão do Plano Diretor, Benigno Junior (Republicanos).

Sobre o pedido de vista coletivo, Benigno Jr. afirmou que a ideia seria “resumir o calhamaço” de emendas do projeto.

“Conversando com o relator, essa subemenda é um condessamento de propostas feitas pelos vereadores, tanto da base quanto da oposição, dentro desse pacote. Então, para os vereadores terem mais conhecimento sobre o conteúdo, quanto mais tempo tiver, melhor para eles”, afirmou o presidente da comissão.

As duas emendas receberam subemendas que, conforme divulgado, reúnem sugestões tanto da base quanto da oposição.

Manifestação

A Comissão Especial do Plano Diretor se reuniu nesta terça-feira, 25, com a presença de vereadores de forma presencial e híbrida. Prevista para começar às 14 horas, os parlamentares só ocuparam as cadeiras da sala de Comissão às 16 horas.

Enquanto assessores e integrantes de movimentos aguardavam o início da sessão, uma confusão ocorreu na área externa da Câmara Municipal de Fortaleza. A Guarda Municipal abordou o acampamento de manifestantes do movimento Campo Popular do Plano Diretor de Fortaleza nos jardins da Casa.

A vereadora Adriana Gerônimo (Psol) e o vereador Gabriel Biologia (Psol) intermediaram o impasse.

“A gente estava na comissão e soubemos que estava rolando um estresse com os movimentos que estão ocupando a Câmara de maneira legítima e pacífica. Sempre tem algum movimento aqui reivindicando direitos, então a Câmara minimamente deveria estar preparada para essa ação”, afirmou a vereadora.

“Os movimentos estão muito insatisfeitos com o caminho que o Plano Diretor tomou e pelo visto há uma vontade da Câmara que os manifestantes saiam daqui”, acrescentou.

O grupo protesta contra o “emendão” coletivo apresentado por vereadores ao projeto que revisa o Plano Diretor. Segundo manifestantes, a intenção é ocupar o espaço por, pelo menos, 34 horas, divulgando os nomes dos vereadores que assinam o documento.

Emendão

A proposta tornou-se o principal ponto de tensão da análise do Plano Diretor na Câmara. O dispositivo passou a ser alvo de críticas, inclusive de vereadores, por sugerir várias alterações “de última hora” e pela pouca transparência em trechos que indicam quais áreas e zonas seriam afetadas.

As sugestões dos vereadores foram reunidas em uma única grande emenda, com a assinatura conjunta de 34 parlamentares. A estratégia ajudaria a “diluir” a autoria das propostas entre um grupo maior, o que poderia diminuir repercussões negativas e facilitar a aprovação do pacote na Casa. No documento, que altera pontos do zoneamento ambiental, constam apenas coordenadas das áreas, sem fotos ou outras informações sobre os locais que sofreriam modificações.

Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.

WhatsApp
Facebook
Twitter
Telegram
Imprimir