O Ceará encerrou 2024 com um rendimento domiciliar per capita médio de R$ 1.202, valor que o posiciona entre os menores do país e à frente apenas do Maranhão, que registrou R$ 1.079. O montante ainda permanece abaixo dos níveis observados antes da pandemia, quando o indicador chegou a R$ 1.222 em 2019 e ultrapassou R$ 1.265 em 2020. No intervalo entre 2012 e 2024, a variação acumulada foi de 13,7%.
A mediana do rendimento domiciliar per capita alcançou R$ 792 em 2024, representando 66% da média estadual. Esse foi o terceiro menor resultado entre estados brasileiros, superando apenas Acre e Maranhão, que registraram R$ 750 e R$ 717, respectivamente. Desde 2012, o avanço acumulado no Ceará atingiu 27,1%.

Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais – SIS 2025, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação ocorreu nesta quarta-feira (03/12).
Perfil
No recorte por sexo, a diferença é quase nula: mulheres registraram rendimento médio de R$ 1.202 e homens de R$ 1.203 em 2024. Ao longo de doze anos, os ganhos avançaram 12,4% entre as mulheres e 15% entre os homens.
Em se tratando do quesito racial, a população branca apresentou rendimento 56,4% superior ao de pessoas pretas ou pardas em 2024. A proporção é semelhante à verificada em 2012. Os valores médios ficaram em R$ 1.648 para brancos, R$ 1.183 para pretos e R$ 1.042 para pardos. Apesar do desequilíbrio, o crescimento dos rendimentos das pessoas pretas atingiu 36,6%, superando os 15,8% das demais categorias no período entre 2012 e 2024.
Distribuição de Renda
O índice de Gini atingiu 0,487 em 2024, o menor patamar da série iniciada em 2012 e abaixo do resultado de 2023, que foi de 0,510. A redução é atribuída tanto ao cenário mais favorável no mercado de trabalho quanto ao impacto dos programas sociais. Sem esses benefícios, o Gini estadual subiria 18%, alcançando 0,574.

Outro dado que reforça o recuo da desigualdade é a relação entre a renda dos 10% mais ricos e a dos 40% mais pobres. Em 2024, o grupo do topo concentrou renda equivalente a três vezes a da parcela de menor rendimento. O índice representa queda de 14,3% em comparação com 2023 e queda acumulada de 28,5% desde 2012, impulsionada pelo aumento de 21,2% na renda dos 40% mais pobres e pela contração de 13% entre os 10% mais ricos.
Pobreza
Considerando a linha internacional de US$ 6,85 por dia, cerca de quatro milhões de cearenses, o que equivale a 43,3% da população, viveram em situação de pobreza em 2024. Já a extrema pobreza, medida pela linha de US$ 2,15 diários, alcançou 728 mil pessoas, o equivalente a 7,9% dos habitantes. Entre 2023 e 2024, houve redução de 5,6 pontos percentuais na pobreza e de 1,5 ponto percentual na extrema pobreza.
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