Mal terminou a Série A de 2022, quando o rebaixamento do Ceará foi confirmado com uma rodada de antecedência, o Ceará tem uma crise interna que vem a público e precisa ser solucionada, de preferência, antes do início da preparação para a próxima temporada.
Está marcada para o dia 15 de dezembro a eleição do Conselho Deliberativo do Alvinegro. O Conselho Deliberativo é quem elege a diretoria, mas o mandato do atual presidente Robinson de Castro vai até o final de 2024, segundo a última alteração do Estatuto do Ceará Sporting Club que permitiu o terceiro mandato ao atual presidente.
Robinson de Castro, mesmo alvo de protestos da torcida e da oposição alvinegra, não renunciou ao cargo. E anunciou a sua decisão na segunda-feira (14) de que deve permanecer até o fim do mandato.
O vice-presidente da atual diretoria executiva, Humberto Aragão, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (14), mas nos bastidores o que se comenta é que ele é candidato ao cargo de presidente do Conselho Deliberativo e ainda está no mesmo grupo político de Robisson de Castro. As chapas devem se inscrever até o dia 2 de dezembro e a eleição é dia 15. Fato é que a oposição ao atual presidente se articula para disputar a eleição.
Ainda falando em baixas, a diretoria do Ceará anunciou oficialmente a saída do executivo de futebol do clube, Sérgio Dimas, que ocupava o cargo desde 2019.
Fato é que o Ceará, no início deste ano não parecia dar sinais de que teria um desastroso retrospecto. Manteve a base de 2020 e 2021 e o então técnico Tiago Nunes. Um início de Copa do Nordeste alternando altos e baixos. Campeonato Cearense e uma vitória magra, no primeiro jogo frente o Iguatu e na volta o pesadelo da eliminação nos pênaltis, com Vina desperdiçando uma cobrança.
A oposição consegue uma liminar para que haja outra eleição da diretoria executiva e a justiça entende que o processo que elegeu Robinson de Castro foi legal. O tempo passa e vem a eliminação na Copa do Nordeste para o CRB, também nos pênaltis e a demissão de Tiago Nunes.
Chega Dorival Júnior às vésperas da estreia na Sul-Americana contra o Independiente da Argentina. Vitória surpreendente e ali o Ceará iniciava uma campanha surpreendente naquela competição.
Começa a Série A com o Ceará alternando altos e baixos. Mas Dorival Júnior fica até a 10ª rodada e é contratado pelo Flamengo. Ele deixa o Ceará na 12ª posição, com uma vitória fora de casa, contra o América MG. E a impressão de que a campanha seria naquela Região da classificação. Na partida seguinte, assume interinamente Juca Antonello, auxiliar e técnico das divisões de base, e o Vozão mantém a pegada deixada por Dorival e consegue um empate contra o Goiás, por 1 a 1 em jogo marcado por erros de arbitragem.
Chega Marquinhos Santos mas este não consegue manter a campanha no Brasileiro. Marquinhos é eliminado na Copa do Brasil e na Sul-Americana. Protestos. Marquinhos é demitido e vem Lucho Gonzales, que também não consegue bons resultados e o Ceará chega à zona de rebaixamento e não sai mais.
Torcida protesta e o Ceará deixa de vencer um jogo decisivo contra o Cuiabá e ainda perde mando de campo por protestos desastrosos que culminam com a invasão do campo do Castelão.
Fato é que o rebaixamento se consolidou e ficou evidente que faltou comando fora de campo. Que a diretoria não conseguiu motivar os atletas a defenderem o Ceará. A queda para a Série B consolida uma temporada de erros no departamento de futebol, contratações que não deram certo e uma dificuldade de encontrar o melhor esquema tático ao longe de toda uma temporada. Erros que não foram corrigidos de uma temporada para outra e que foram conhecidos pelos adversários que souberam se aproveitar.
A Série B de 2023 parece que uma das edições mais equilibradas, sem equipe de uma camisa de peso. Mas para retornar à Série A o Ceará precisa resolver os problemas fora de campo e são muitos.