Através das redes sociais, Capitão Wagner (UB) afirmou que políticos cearenses teriam envolvimento com uma facção criminosa de atuação nacional. A afirmação é justificada por um documento divulgado pela Polícia Federal (PF) com detalhes da articulação de um esquema para atentar contra o senador e ex-juiz Sérgio Moro (UB).
O documento em questão trata-se de um compilado com inúmeras provas do plano organizado por membros do grupo criminoso. Incluindo prints de conversas em aplicativos de mensagens e anotações, o relatório mostra uma lista de despesas que cita viagens para encontros com políticos, advogados e ex-promotores.

Conforme o relatório, um desses políticos seria o prefeito de Chorozinho, Dr. Júnior Menezes (sem partido). Com posse do documento, Wagner denuncia também a relação dos criminosos com um parlamentar cearense, que não teve seu nome divulgado. Contudo, o ex-candidato ao Governo do Estado declara que “não é difícil a Polícia descobrir quem é esse deputado”.
“A mesma facção que estava trabalhando, planejando e gastando para matar o senador Sérgio Moro, estava tendo tratativas com políticos cearenses. No documento tem o nome do prefeito, que cabe à Polícia investigar o envolvimento. No documento não fala o nome do deputado, mas só existem 46 deputados estaduais e 22 federais. São 68 suspeitos e fica muito fácil para a Polícia identificar quem é o envolvido com o crime organizado”, pontuou.
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Política x Organizações Criminosas
Em 2021, após a prisão da líder de um grupo criminoso em Fortaleza, detalhes da atuação do grupo foram divulgados. Entre as atividades estavam venda de drogas, compra de armas de fogo, execuções e até mesmo manipulação de eleições municipais.
Segundo as conversas telefônicas que a investigação teve acesso, ao menos três prefeitos teriam sido eleitos com o apoio da facção. No dia 18 de novembro de 2020, três dias depois das votações, um dos criminosos comemora a eleição do prefeito de Aracati, Bismarck Maia (PDT).

Ao longo da interação entre os membros da determinada facção, o mesmo homem citou também os prefeitos de Fortim e Itaiçaba, Naselmo Ferreira (MDB) e Frank Gomes (PDT), respectivamente. De acordo com a apuração da Polícia, os criminosos ganhariam recompensas se os políticos fossem eleitos.
“Só aqui em Aracati eu vou ter assessoria e um transporte, né, um carro. Só aí é 7.500 [reais] e lá no Fortim eu vou ter um carrinho lá. Aí em Itaiçaba eu tô só esperando o Frank se pronunciar, né?”, declarou o investigado.
Na época, o prefeito de Fortim negou qualquer envolvimento com o grupo criminoso e afirmou que o inquérito havia sido concluído sem ao menos citar o seu nome. Já os gestores de Aracati e Itaiçaba não se pronunciaram sobre o caso.