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População quilombola no Ceará é majoritariamente rural e jovem

Foi divulgado, nesta sexta-feira (09/05), o Censo Demográfico 2022: Quilombolas – Principais características das pessoas e dos domicílios. Nesta publicação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aprofunda o retrato oficial da população quilombola, fornecendo, pela primeira vez, estatísticas demográficas e sociais, todas desagregadas segundo os contextos urbano e rural de suas moradias.

Moradia

Segundo os dados, a população quilombola no Ceará é composta por 23.994 pessoas, das quais 36% vivem em áreas urbanas e 64% em áreas rurais. Quando se considera apenas os Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, essa divisão muda: 32,9% residem em zonas urbanas, enquanto 67,1% estão localizados em áreas rurais.

Afunilando ainda mais o recorte da pesquisa, 36,8% das pessoas quilombolas residem em áreas urbanas fora dos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, enquanto 63,2% vivem em áreas rurais fora desses territórios. Dentro das áreas urbanas, 17,5% dos quilombolas vivem em Territórios Quilombolas, enquanto 82,5% moram fora. Já nas áreas rurais, 20,2% residem dentro desses territórios e 79,8%, fora.

Idade

A idade mediana dos quilombolas no Ceará é de 30 anos, três anos abaixo da média estadual. A maior idade mediana, que é de 32 anos, ocorre nas áreas urbanas fora dos Territórios Quilombolas, enquanto a menor, de 28 anos, é registrada nas zonas rurais dentro desses territórios.

População quilombola no Ceará é majoritariamente rural e jovem
Foto: Reprodução/Brasil de Fato

O índice de envelhecimento, que relaciona a população com 60 anos ou mais com pessoas de até 14 anos, é de 52,12 para a população quilombola, ou seja, há 52 idosos para cada 100 crianças quilombolas. Esse índice é maior nas áreas urbanas (54,80) e menor nas zonas rurais (50,72).

Quando analisado por território, a maior proporção de idosos ocorre nas áreas urbanas fora dos territórios quilombolas (59,75). Já a menor é registrada dentro dos territórios, também em áreas urbanas (33,87).

Gênero

A razão de sexo indica a proporção de homens para cada 100 mulheres. No Ceará, a população geral tem mais mulheres do que homens (razão de 93,45). Já entre os quilombolas, essa razão é praticamente equilibrada, com 100,43. Ou seja, quase um homem para cada mulher. Ao todo, foram registrados 12.023 homens e 11.971 mulheres quilombolas, uma diferença de apenas 52 pessoas.

Quando se observa quem vive fora dos Territórios Quilombolas, nas áreas urbanas há mais mulheres, sendo 95 homens para cada 100 mulheres. Nas áreas rurais, a maioria é masculina, com 103 homens para cada 100 mulheres.

Alfabetização

Em 2022, o Ceará registrou 18.305 quilombolas com 15 anos ou mais. Desse total, 73,62% eram alfabetizados, enquanto 26,38% eram analfabetos. O número representa quase o dobro da taxa estadual de analfabetismo, que é de 14,12%.

Nos Territórios Quilombolas, a taxa de alfabetização foi de 75,32%, acima da média quilombola geral, mas ainda abaixo da média estadual, de 85,88%. Fora desses territórios, a taxa foi maior: 73,23% alfabetizados e 26,77% analfabetos.

Nas áreas rurais, a taxa de analfabetismo entre quilombolas chega a 28,69%. O número é 6,32 pontos percentuais acima das áreas urbanas, que registrou 22,37%. Comparando com a população geral do Ceará, os quilombolas têm taxas de alfabetização mais baixas em ambas as situações: 11,66 pontos a menos nas cidades e 3,1 pontos a menos no campo.

Nascimentos

Em 2022, 99,63% das crianças quilombolas de até 5 anos no Ceará tinham registro de nascimento em cartório. O índice é superior ao da população geral do estado nessa faixa etária, que foi de 99,3%. Segundo o levantamento, apenas 0,37% das crianças quilombolas não possuíam registro, valor muito próximo ao percentual estadual, que é de 0,69%.

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