O município de Quixeramobim, no Sertão Central do Ceará, foi escolhido para sediar um dos maiores empreendimentos logísticos do estado: a construção de um porto seco, ou estação aduaneira do interior. O equipamento será instalado às margens da ferrovia Transnordestina, com o objetivo de fortalecer o escoamento da produção cearense e atrair novos investimentos para a região.
A escolha da cidade foi motivada por sua localização estratégica, pelo volume de grãos transportados anualmente e pela riqueza mineral da região. O projeto é liderado pela multinacional brasileira Value Global Group e contará com investimento de R$ 625 milhões.
As obras estão previstas para começar ainda no primeiro semestre de 2025, com expectativa de gerar cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de construção. O impacto econômico deverá beneficiar não apenas Quixeramobim, mas outros municípios da região.
Antes de ser formalizado como estação aduaneira, o terminal funcionará como centro multimodal de carga e descarga, com infraestrutura para armazenar minérios, fertilizantes e contêineres.
De acordo com Afrânio Feitosa, secretário de Desenvolvimento Econômico de Quixeramobim, o porto seco será um complexo multimodal e multipropósito. “Aqui nós vamos ter um complexo multimodal e multipropósito. Multimodal porque vamos integrar transporte rodoviário, ferroviário e marítimo. E multipropósito porque haverá espaço para grãos, minérios, combustíveis, fertilizantes, ou seja, espaço para tudo”, afirmou.
Segundo Ricardo Azevedo, CEO da Value Global Group, a previsão é de que o complexo movimente até 100 mil toneladas semanais de cargas variadas. “Nossa ideia é uma movimentação na faixa dos 100 mil toneladas semanais de carne diversa. Teremos várias estruturas dentro do nosso complexo, com área logística e industrial. Isso aqui é muito útil para os clientes”, afirmou.
Entenda o papel do Porto Seco
O porto seco constitui um terminal logístico que opera como extensão dos portos marítimos, otimizando os processos de exportação e beneficiando-se de incentivos fiscais.
No caso específico do Ceará, a infraestrutura ocupará uma área de 360 hectares e contará com diversas instalações, tais como usina solar, área para armazenagem de grãos e tanques, heliponto, pátio de contêineres, pátio de minérios, além de áreas administrativas e de serviços.
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