Nos últimos meses, discussões têm ocorrido em Brasília com lideranças do PSDB sobre o futuro político do partido, que perdeu capilaridade conforme foram passando os anos. Nas últimas semanas esse debate tem ganhado força e saiu do ambiente político para conversas mais vocais dada a proximidade das eleições do ano que vem, como disse Marconi Perillo, presidente do partido, em entrevista à GloboNews. “Nós estamos conversando muito nesses últimos três meses depois das eleições de 2024 com vários atores e vários partidos. Mas, especialmente, estamos conversando internamente”, afirmou Perillo, cuja decisão final deve sair em meados de março.
Mas localmente, essa discussão tem causado mal estar em algumas lideranças, principalmente depois da visita feita pelo presidente estadual do PSD, Domingos Filho, e do deputado federal Domingos Neto ao ex-senador Tasso Jereissati (PSDB), aqui no estado. E quem reagiu nas redes sociais foi o presidente da legenda, Ozires Pontes, que disse que essa conversa “não existe”.
“Aqui no Ceará, o PSDB tem uma história muito marcante. Eu diria que talvez seja o partido com mais história no Ceará”, começou Ozires, que continuou: “Então, não dá para chegar agora, querer colar na imprensa, na mídia, que o PSDB vai acabar num toque de mágica. Não existe o PSDB acabar. O PSDB, Domingos Filho, Domingos Neto, tem o maior consideração, carinho, respeito à luta de vida deles, política, é uma família política muito tradicional, mas querer dizer que o Domingos Filho ou Domingos Neto conversou com o senador Tasso Jereissati, por causa disso o PSDB vai se fundir ao PSD, isso não existe”, disse ele.
Perda de influência
O PSDB já governou 18 estados e teve forte presença no Congresso, mas enfrenta atualmente um cenário de redução de influência política e eleitoral por acabou perdendo espaço para legendas de centro além da ascensão por parte da direita bolsonarista, e enfrentou divisões internas sobre alianças e rumos estratégicos no ambiente eleitoral. Mas para o presidente da legenda aqui no ceará, o partido “nunca vai acabar”. “O PSDB é isso, não é radicalismo. O PSDB é plural, o PSDB é diverso. E o PSDB é, acima de tudo, diálogo. Política se faz com diálogo. Tanto com a sociedade, como com os políticos. Então, minha gente, se depender de mim, repetindo pela terceira vez, o PSDB não vai acabar nunca”, reforçou Ozires.
Atualmente, o partido compõe uma federação com o Solidariedade, a fim de cumprir a cláusula de barreira, mas as conversas de fusão se dão com o PSD de Gilberto Kassab. “Eu diria que, para muitos, o ideal seria a gente continuar solo, mantendo as nossas bandeiras, nossos ideais e programas. Mas ficou pequeno. Algumas lideranças importantes desejam que façamos uma fusão. Boa parte do partido não quer uma incorporação e acha que o PSDB não deveria morrer”, disse Marconi Perillo sobre o tema à GloboNews.
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