A Prefeitura de Poranga foi alvo de críticas após tentar realocar um poço profundo no distrito de Cachoeira Grande, próximo à divisa com o Piauí. O equipamento, essencial para o abastecimento hídrico local, foi instalado em junho deste ano com recursos do Governo do Estado do Ceará. No entanto, moradores da localidade denunciaram a presença de máquinas da Prefeitura no local, que tinham o objetivo de fechar o poço e mover os equipamentos.
A situação chamou a atenção do Ministério Público do Ceará (MPCE), que enviou o promotor José Arteiro para avaliar a ação. Após constatar a movimentação, o promotor emitiu uma recomendação formal ao prefeito Carlos Antônio, determinando a manutenção do equipamento em seu local original. O prefeito, por sua vez, assegurou que seguiria a orientação.
A tentativa de transferência do poço gerou especulações de que a ação estaria relacionada a questões políticas. No distrito de Cachoeira Grande, apesar de o candidato apoiado pelo prefeito, Roberto Uchôa, ter vencido a eleição geral no município, o vice-prefeito Igor Pinho recebeu um número expressivo de votos. Dessa forma, surgiu a hipótese que a retirada do poço seria uma retaliação ao distrito por não ter apoiado amplamente o grupo político do prefeito.
Outras fontes indicaram que o plano era transferir o equipamento para uma área onde outro poço ainda não foi concluído. Segundo essas alegações, a mudança teria pouco embasamento técnico, mas visaria enfraquecer uma comunidade que não favoreceu o gestor nas urnas.
O caso também foi debatido pelos vereadores, que apontaram o episódio como um exemplo de possível má gestão dos recursos públicos. Na ocasião, houve ainda a menção de que a área onde o poço está instalado é mantida pela contribuição da família residente no local, responsável pelas contas de energia. Isso, segundo alguns parlamentares, também poderia ser um fator de conflito, dado o alinhamento político adversário dessa família em relação ao prefeito.
Resposta do prefeito
Carlos Antônio negou que a tentativa de transferência tenha sido motivada por questões políticas. Ele afirmou que o objetivo era reposicionar o poço em um local que beneficiasse mais moradores, já que a atual localização é distante das casas. Também alegou que a família proprietária do terreno estaria tentando controlar o uso do equipamento, o que teria motivado a intervenção da Prefeitura.
Ainda segundo o gestor, a administração municipal mantém a responsabilidade sobre todos os poços e, por isso, avaliava redirecionar os recursos hídricos para onde fossem mais necessários. Apesar da defesa, a população local e alguns membros da Câmara Municipal continuam pressionando por mais esclarecimentos.
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