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Prefeitura de Fortaleza inicia demolição do Edifício São Pedro

A Prefeitura de Fortaleza iniciou, nesta terça-feira (05/03), a demolição do Edifício São Pedro, na Praia de Iracema. A edificação, inaugurada em 1951, foi o primeiro na região com três andares. Era símbolo de luxo e lazer naquela parte boêmia da Fortaleza do século passado. Foi ali que se deu o início da ocupação hoteleira na Beira Mar, com a instalação do Iracema Plaza Hotel. São sete andares – com o último andar inacabado – com 200 apartamentos  e uma área de 12 mil metros quadrados.  Juntamente com as atividades hoteleiras, o Iracema Plaza se tornou frequentado não apenas por ser um hotel de requinte, mas também por abrigar o famoso restaurante “Panela”, de culinária nacional e internacional. O hotel encerrou as atividades na década de 70, quando o prédio passou a ser exclusivamente residencial, com um novo nome: Edifício São Pedro. No térreo alguns comércios continuavam a desafiar o tempo. Hoje, depois de anos seguidos de promessas de restauração, chega ao fim a agonia do São Pedro. Um triste fim para um edifício de bela arquitetura e história.

Nos últimos anos, o São Pedro vinha “sangrando” lentamente. Do prédio imponente que embelezava a paisagem da Praia de Iracema, sobrou apenas uma edificação destruída pelo tempo e descaso. Nos últimos anos, serviu de abrigo para pessoas em situação de rua e ponto para usuários de drogas. A demolição, iniciada hoje pela Prefeitura de Fortaleza, se dá após laudos técnicos apontarem a impossibilidade de recuperação do prédio, que oferece alto risco de desabamento.

O prédio já foi desocupado, isolado, e os serviços serão realizados pela Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf). Os trabalhos de demolição devem durar até 90 dias. Samuel Dias, titular da Secretaria, disse que como o prédio é de propriedade particular, os custos do processo de demolição serão repassados aos proprietários do terreno e do Edifício São Pedro. “Nós entendemos a importância do prédio para a cidade, mas agora é muito mais importante a segurança e evitar a morte de pessoas. Há o risco não só de desabamento, mas de desplacamento parcial do concreto do prédio, como já aconteceu algumas vezes. Além disso, já aconteceram acidentes fatais aqui no edifício e temos várias denúncias do uso da estrutura por usuários de droga. Então, para resolver a situação, a demolição era a solução possível”, afirmou o secretário.

O processo de demolição se dá pelo desmonte do prédio. Nesta terça-feira, a Seinf iniciou o escoramento e o prédio foi todo protegido por meio de escoras até o quarto andar para dar acesso com segurança. A partir disso, o trabalho será feito por guindastes e gruas, subindo até o topo, para desmontá-lo de cima para baixo. Esse material será guardado num terreno ao lado e depois será levado para usinas de reciclagem.

A chefe do Núcleo de Ações Preventivas da Defesa Civil de Fortaleza, Margareth de Paula, confirmou a impossibilidade de recuperação da edificação. De acordo com a técnica, há tempos a Defesa Civil acompanha a situação do edifício, que segundo ela, chegou a um ponto que torna impossível qualquer intervenção para a manutenção do São Pedro. A constatação veio em vistoria realizada pela Defesa Civil, em vistoria no ano passado. “O imóvel não é possível de recuperação por diversas manifestações patológicas de alto grau existentes na edificação, como por exemplo a sustentação da estrutura do prédio em si, as ferragens todas esfarelando, rachaduras de grande proporção, infiltração intensa em toda a área do prédio e enraizamento de árvores na parte central de toda parte superior e central do prédio”, pontou.

O secretário de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), Francisco Ibiapina, explicou que equipes de assistência social fizeram os atendimentos necessários para solicitação de documentos e cadastro para Aluguel Social dos 16 moradores que ali viviam, a maioria pessoas em situação de rua.  “A Prefeitura fez a oferta dos serviços voltados para a população em situação de rua e oito deles optaram por dar entrada no Aluguel Social. A grande maioria deles não possui documentação, então também estamos auxiliando nisso”, explicou.

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