Um estabelecimento comercial construído há anos na praça principal do Distrito de Caponga, em Cascavel, foi demolido na última sexta-feira (07). O imóvel foi declarado pela Prefeitura de Cascavel, como sendo de utilidade pública. No momento em que os tratores chegaram, o salão de beleza que havia no local, estava em pleno funcionamento, inclusive com a presença de clientes.
De acordo com o advogado da proprietária do imóvel, Solano Custódio, a posse foi declarada à Prefeitura pela Justiça de Cascavel na quarta-feira (05), porém até o momento em que o oficial de justiça chegou com os tratores para a derrubada, não houve nenhum aviso prévio.
“Nunca vi aquilo na minha vida. Tão rápido uma desapropriação”, afirma o advogado.
O processo corre na Justiça desde julho de 2022, porém em setembro do ano passado o advogado conseguiu reverter a situação e foi permitida a permanência por período determinado, da então proprietária no imóvel. No momento da demolição, quem ocupava o imóvel era a cabeleireira, Meire Pires. Ela havia acabado de reformar o estabelecimento, com janelas, azulejos, e ornamentação novos.
“O advogado me garantiu que o processo estava na mesa do juiz e que estava praticamente tudo certo para ganharmos a causa mais uma vez, por isso eu fiz a reforma interna e externa.”, conta Meire.
A Prefeitura alegou durante o processo, que o pedido de posse objetiva realizar melhorias das condições dos equipamentos públicos de infraestrutura urbana, e que pretende revitalizar a praça. O laudo técnico apontou como valor venal do imóvel a quantia de R$ 110.800,00, porém a Prefeitura ofereceu inicialmente o valor de R$ 27.217,41, porém a Justiça determinou que a gestão realize o valor complementar de R$79.748,94.
Procurada pela Rede ANC, até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Cascavel não se manifestou sobre o caso.
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