O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, avaliou as medidas anunciadas recentemente pelo governo brasileiro para mitigar os efeitos do chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos a produtos cearenses. Embora tenha considerado positivas algumas ações, como a ampliação de linhas de crédito para empresas, Cavalcante destacou que o problema central permanece sem solução: a alta sobretaxa norte-americana que atinge diretamente as exportações do Estado.
Segundo o presidente, o Ceará tem mais de 51% de suas exportações destinadas ao mercado norte-americano — resultado de um trabalho de mais de duas décadas para conquistar esse espaço, considerado um dos mais competitivos do mundo. No entanto, o cenário mudou drasticamente após a imposição de uma taxação inicial de 10%, seguida de uma sobretaxa de 40% sobre esse valor, elevando a carga para 50% no total.
“Temos clientes americanos dispostos a comprar, mas a sobretaxa de 50% inviabiliza qualquer negociação. Isso desmonta uma cadeia produtiva construída ao longo de 20 ou 30 anos”, alertou.
Cavalcante reforçou que a questão não se limita à sobrevivência das empresas, mas à manutenção de todo um ciclo econômico. “Precisamos encontrar uma solução para essa taxação, pois é essencial que as empresas continuem comprando insumos, produzindo e vendendo, para que as cadeias produtivas se mantenham ativas”, concluiu.
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