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Prisão de Braguinha impede posse e filho assume Prefeitura em Santa Quitéria

O Ministério Público Eleitoral (MPE) do Ceará solicitou a cassação do mandato do prefeito reeleito de Santa Quitéria, José Braga Barrozo (PSB), conhecido como Braguinha, que foi preso antes da posse. Seu vice, Francisco Gardel Mesquita Ribeiro (PSB), também teve a cassação solicitada pelo órgão. Nesse cenário, o filho de Braguinha, Joel Barroso (PSB), que foi reeleito presidente da Câmara Municipal, assumiu o cargo de prefeito interino da cidade nesta quarta-feira (01/01).

De acordo com o MPE, uma facção criminosa carioca teria atuado em benefício da chapa durante as eleições municipais deste ano. A acusação é de membros do Comando Vermelho tenham intimidado eleitores do candidato opositor, Tomás Figueiredo (MDB), por meio de ameaças de morte, destruição de bens e até expulsão da cidade.

“Eleitores e apoiadores receberam mensagens pelo WhatsApp e ligações com ameaças de morte, expulsão da cidade, incêndios em casas e danos a veículos, conforme fotos, áudios e diálogos extraídos de aparelhos celulares”, informa um trecho do documento do MPE.

Além das intimidações, membros do grupo criminoso supostamente picharam imóveis com símbolos de apoio a Figueiredo e enviaram ameaças ao Cartório Eleitoral. O MPE pediu, então, a cassação do mandato de Braguinha e Gardel, além da inelegibilidade por oito anos. A vereadora Kylvia de Lima (PP) também está sendo investigada por possíveis envolvimentos no caso.

Prisão de Braguinha impede posse e filho assume Prefeitura em Santa Quitéria
Foto: Divulgação

As investigações do MPE também trouxeram à tona informações sobre o envolvimento de Anastácio Paiva Pereira, traficante foragido conhecido como Doze ou Paizão, que, segundo a acusação, autorizou a atuação do Comando Vermelho nas eleições de 2024. O MPE alega que o benefício ao prefeito reeleito teria sido vantajoso para a facção criminosa, que buscaria proteção com a eleição de Braguinha.

Além disso, documentos revelaram que, em julho de 2024, dois servidores da Prefeitura de Santa Quitéria viajaram ao Rio de Janeiro para entregar um carro, no valor de R$ 195 mil, para Anastácio. O veículo foi apreendido pela polícia em uma operação em dezembro. Os dois servidores envolvidos foram exonerados após a revelação dos fatos.

O que diz a defesa?

Em sua defesa, Braguinha e Gardel negaram as acusações, alegando que as denúncias são parte de uma trama orquestrada por grupos que não aceitaram a derrota nas urnas. Eles afirmaram que, desde o início da gestão, têm adotado uma postura transparente e comprometida com o bem-estar da população, e que jamais estiveram envolvidos em práticas ilícitas.

O prefeito afastado, José Braga Barrozo, negou todas as acusações, destacando que não autorizou a viagem dos servidores nem teve conhecimento do caso. Ele alegou que a reeleição foi legítima e reafirmou sua confiança na justiça para esclarecer os fatos e demonstrar a integridade de sua gestão.

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