O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai avaliar se as referências feitas pelo senador Delcídio do Amaral em sua delação premiada à presidente Dilma Rousseff justificam um pedido de investigação da petista por tentativa de obstruir as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.
O parlamentar afirmou aos investigadores que Dilma usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros envolvidos na Lava Jato junto ao STF (Superior Tribunal Federal) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Para investigadores, em tese, como o fato teria ocorrido no exercício do mandato, Dilma poderia ser investigada.
Procuradores ouvidos pela reportagem, no entanto, disseram que essas afirmações de Delcídio têm um caminho probatório mais difícil porque são relatos de conversas pessoais. Janot está em viagem oficial ao exterior e só deve retornar ao país no fim de semana.
O senador, em seu relato, cita outros senadores e deputados, tanto da base aliada quando da oposição. Segundo a publicação, o senador petista revelou que Dilma tentou três vezes interferir na Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de tentar promover a soltura de réus presos no curso da referida operação”, afirmou.
Mercadante
Investigadores ouvidos pela reportagem também disseram que o ministro Aloizio Mercadante deve ser investigado pela tentativa de atrapalhar as investigações da Lava Jato ao procurar assessor de Delcídio.
Os procuradores, no entanto, disseram que não foi cogitado pedido de prisão do ministro porque não existiriam indícios que justificassem um pedido de prisão preventiva. Isso porque eles entendem que Mercadante não oferece atualmente risco às investigações.
O.E.