De acordo com o relatório de setembro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção total de grãos no Ceará foi estimada em 542.086 toneladas. Esse número representa uma queda de 6,92% em relação ao mês anterior e de 4,54% comparado à primeira previsão feita para o ano. Mesmo assim, é 2,89% maior que o total colhido em 2024.
O principal motivo para essa redução é o clima. Em muitas regiões, as chuvas foram poucas ou mal distribuídas. Isso afetou lavouras importantes como o milho, o feijão, a fava, o arroz e a mamona. No grupo de Grãos, composto por 25 produtos, houve variação na expectativa de produção em 11 deles, sendo oito com aumento e três com redução.

No caso do milho, houve períodos sem chuva durante a estação chuvosa e pragas como a lagarta-do-cartucho, que prejudicaram o crescimento das espigas. O feijão Vigna também sofreu com pragas e excesso de umidade em algumas áreas. Já a mamona perdeu espaço por falta de incentivos e por causa da baixa qualidade das sementes. A fava e o arroz de sequeiro tiveram queda no rendimento por causa da falta de chuvas em momentos decisivos do cultivo.
Apesar das dificuldades, algumas culturas tiveram resultados positivos. O feijão Phaseolus da primeira safra teve aumento de produção em Carnaubal, onde os veranicos não afetaram tanto as plantações. O feijão Vigna irrigado cresceu em Maranguape, graças ao aumento da área cultivada. O gergelim também teve alta, com a inclusão do cultivo em Senador Sá.
Frutas
O grupo de frutas frescas, que inclui 45 produtos, teve variação na expectativa de produção em 21 deles: sete aumentaram e 14 diminuíram. Entre os destaques positivos estão a banana de sequeiro, com aumento de rendimento em Caridade, Ocara, Baturité e Aratuba; e a acerola, tanto irrigada quanto de sequeiro, com expansão de área em Aquiraz, Choró e Pindoretama.

Já produtos como mamão, goiaba, graviola, laranja e ata sofreram com escassez de chuvas, envelhecimento das plantas e pragas como o “soldadinho” e a broca-dos-frutos. Esses fatores afetaram diretamente o rendimento e a área produtiva.
Tubérculos e Raízes
O relatório não detalha variações específicas para o grupo de Tubérculos e Raízes em setembro. No entanto, considerando o padrão climático, é provável que culturas como mandioca e batata também tenham sido afetadas por chuvas mal distribuídas e veranicos, especialmente em regiões com menor acesso à irrigação.

Em contrapartida, a expectativa de produção de batata-doce sequeiro cresceu. Em São Gonçalo do Amarante, Santa Quitéria, Caridade e Aquiraz as chuvas desse ano possibilitaram uma umidade suficiente para obtenção de um rendimento maior que a média dos últimos 11 anos. A macaxeira irrigada também teve um aumento.
Ração Animal
Em se tratando do grupo Ração Animal, a redução da disponibilidade de água indica que a produção de forragem e insumos para alimentação animal também foi comprometida em algumas regiões do Estado. No que diz respeito à Palma Forrageira de Sequeiro, houve aumento da área em Capistrano e Caridade, enquanto o Sorgo Forrageiro Irrigado cresceu em Penaforte.

Horticultura
Em Itapajé e Sobral, a procura em mercados e feiras municipais, aliada a programas de apoio de cooperativas e governo, estimula os produtores a expandirem suas lavouras. O chuchu terá plantio em Aratuba e Alcântaras, totalizando 52 hectares e expectativa de 6.540 toneladas. Para o coentro, embora a área estadual tenha diminuído, foi registrado um aumento da produção em Canindé por causa de técnicas aprimoradas de plantio e manejo, além de condições climáticas favoráveis.
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