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Profissionais da Saúde cogitam greve por tempo indeterminado caso não haja aprovação do PCCS

A manhã desta terça-feira (21/12) foi marcada por uma manifestação que reuniu diversos sindicatos de profissionais da Saúde, em Fortaleza. A categoria reivindicava a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) que, apesar das negociações, ainda não foi implementado pelo Governo do Estado. Conforme os manifestantes, após reuniões com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) e com a Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag), os acordos firmados não foram cumpridos. 

De forma interna, o PCCS está aprovado pela categoria desde outubro deste ano. Um mês antes, os servidores estiveram reunidos com Marcos Gadelha, secretário de Saúde do Ceará, para apresentar as necessidades dos profissionais. Segundo os representantes dos sindicatos presentes no protesto, a aprovação do plano visa prover uma estrutura baseada na valorização dos servidores da área.

Uma das vantagens da implementação seria a igualdade de oportunidades, garantindo a qualidade dos serviços prestados à população – (Foto: ANC)

Representante dos fisioterapeutas, Fernando Flexa ressaltou que, embora o movimento tenha ganhado força neste ano, a luta em prol da causa não data de 2021. “Nós estamos reivindicando a causa desde 1992. Quando chegou a pandemia, o bom senso pediu que a gente parasse e que fôssemos trabalhar. Quando a pandemia diminuiu, procuramos o Governo. Os salários estão muito desfalcados, e descobrimos que o governador vai apenas conceder um aumento no 101, e só. Isso a gente não concorda”, pontuou. De acordo com o Departamento Jurídico do Sindicato dos Médicos , os servidores do Estado estão desde 2008 em defasagem salarial e de gratificações. Edmar Fernandes, presidente do sindicato, enfatizou que o objetivo é unificar os profissionais da saúde em torno da causa. “Governos anteriores já tinham reconhecido a necessidade de pautar o nosso PCCS, mas não implantaram nada. A causa não é só dos médicos, mas dos profissionais de Saúde como um todo”, enfatizou.

Negociações

Segundo a presidente do Sindicato dos Assistentes Sociais, Ravenna Guimarães, o grupo foi recebido por Yannasha Barros, da Coordenação de Recursos Humanos da Sesa. Conforme o departamento da Secretaria, a proposta já saiu da Seplag e se encontra para análise na Casa Civil, versão que foi confirmada pelo secretário especial de relações públicas, Nelson Martins. Ravenna, no entanto, demonstra preocupação diante do prazo que foi estabelecido para que os servidores obtivessem uma resposta concreta. “Já foram 22 rodadas de negociações até aqui, e o que veio de resposta para nós foi que o valor estava muito alto e que não teria como implementar esse novo PCCS, mas sim uma reestruturação de tabela do que se tem hoje. O secretário [da Seplag] Mauro Filho pediu o prazo de 40 dias para avaliar a proposta. Já estamos passando dos 60 dias desde quando foi pedido o prazo e não obtivemos uma devolutiva”, alertou.  

 “Nós queremos uma tabela digna. Querem empurrar o reajuste de 60%. Tem pessoas aqui da Saúde que só não ganham R$ 600 porque não se pode ganhar menos do que um salário mínimo. São pessoas com mais de 45 anos de serviço que precisam se aposentar, mas, se fizerem isso, irão se aposentar recebendo o que não é justo, já que não irão receber as vantagens presentes no salário da gente”, ressaltou Anísia Ferreira, presidente do Sindicato dos Enfermeiros.

Proposta: aumento de 10% para os médicos; aumento de 20% para os dentistas; aumento de 60% para os demais profissionais da Saúde com curso de nível superior (Foto: ANC)

Marta Brandão, presidente do Sindsaúde, relatou o desapontamento com as negociações. De acordo com a servidora, a valorização dos profissionais que foram essenciais no período mais crítico da pandemia não pode ficar apenas no campo do discurso. “Não atendeu a nossa expectativa. A luta pela reestruturação do PCCS já dura mais de 20 anos. Só a reestruturação do plano vai trazer a dignidade desses profissionais. Exigimos respeito por parte de Camilo Santana. Esses profissionais arriscaram a vida em meio à pandemia, muitos chegaram a morrer. Nós agradecemos as palmas, mas queremos valorização”. Marta Brandão encerra: “Valorização que passa por um reajuste salarial, que não ocorre há quatro anos, e a aprovação do PCCS. Sem isso, não é possível agir com justiça para com esses profissionais”.

 Sesa

Em resposta ao ANC, em coletiva concedida na Residência Oficial do governador, em evento que reuniu o secretariado do governo e o chefe do executivo, Marcos Gadelha legitimou a luta dos servidores da Saúde por melhorias para a categoria. “Primeiro de tudo, dizer que a manifestação é legitima, e dizer também que a Secretaria de Saúde se empenhou bastante nesse processo. Tanto é que o processo não se encontra mais na Secretaria de Saúde. Nós fizemos a nossa parte de interagir com os sindicatos, com todos os legisladores, que nos ajudaram a construir isso. Já tramitou para outros órgãos do Governo, e nós estamos esperando a avaliação para saber quando é que vamos levar isso para todos os colabores da Saúde do Estado do Ceará”.

(Foto: ANC)
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