O projeto de mineração em Santa Quitéria avança para uma nova etapa de análise ambiental. O consórcio formado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e pela Galvani Fertilizantes deve entregar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), até outubro, o estudo de impactos ambientais revisado referente à exploração de urânio e fosfato. O objetivo é obter a licença prévia ainda em 2025.
O empreendimento enfrenta algumas restrições ambientais desde a década de 1970. Em julho deste ano, o Ibama solicitou 37 ajustes no estudo apresentado pelo consórcio, enquanto pareceres da Universidade Federal do Ceará (UFC) já haviam identificado lacunas e inconsistências na documentação.
Segundo Tomáz Figueiredo, diretor de Recursos Minerais da INB, o projeto atualizado deverá ser protocolado no próximo mês, dentro do prazo final estabelecido pelo Ibama, que se encerra em novembro. De acordo com os dados apresentados por ele, o Ceará concentra “a maior jazida de urânio mapeada no Brasil”, com produção anual estimada em 2,3 mil toneladas. Além disso, destacou o potencial de exploração de fosfato, essencial para a produção de fertilizantes atualmente importados em grande parte pelo país.

Cristiano Brandão, gerente de licenciamento e meio ambiente da Galvani Fertilizantes, informou que as reuniões técnicas com o Ibama estão em curso e que a expectativa é concluir o primeiro ciclo de análise até o final do ano. “Nossa perspectiva é que em outubro a gente faça o protocolo. Todas as informações foram solicitadas, todos os esclarecimentos. As reuniões técnicas elas estão ocorrendo junto ao Ibama e todos os analistas envolvidos”, disse.
O projeto de Santa Quitéria, localizado na mina de Itataia, continua sob análise devido a potenciais impactos nos recursos hídricos, bem como consequências sociais e econômicas. Embora a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) tenha emitido parecer favorável, o Ibama e pesquisadores da UFC identificaram inconsistências nos estudos, exigindo revisões. Até o momento, o consórcio já investiu cerca de R$ 200 milhões em pesquisas e projetos sociais na região.
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