O Ministério da Educação (MEC) está considerando mudanças no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), conforme detalhou o ministro Camilo Santana em entrevista recente. Uma das principais alterações propostas é a utilização dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para calcular as notas dos alunos do terceiro ano do ensino médio, em vez das atuais provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Atualmente, o Ideb é baseado na taxa de aprovação dos alunos e nas médias de desempenho nas provas do Saeb. A proposta em análise sugere que, se implementada, os estudantes do último ano do ensino médio fariam apenas uma avaliação no ano de realização do Ideb, eliminando a necessidade de duas provas, como ocorre atualmente.
“Eu estava falando, comentando, esses dias, em relação ao terceiro ano do ensino médio: o aluno faz duas provas – a do Saeb, para medir o Ideb, e faz a do Enem. Então, a gente [MEC] acha que são duas provas que competem uma com a outra. Ou seja, é melhor deixar que o Enem possa ser a avaliação do aluno no terceiro ano, porque ele está focado no Enem, não está focado no Saeb”, comentou.
O ministro destacou que qualquer modificação nos componentes do Ideb será amplamente discutida com especialistas, entidades educacionais, estados e municípios antes de ser implementada. As discussões começarão neste mês de setembro, com o objetivo de aperfeiçoar o indicador e promover maior equidade educacional.
O novo modelo de cálculo pode ser introduzido já no próximo ciclo do Ideb, que começa no ano que vem e terá resultados divulgados em 2026. Segundo Camilo, há a necessidade de reduzir desigualdades entre alunos de diversos grupos, incluindo quilombolas, indígenas e minorias étnicas, como parte do esforço para aprimorar a qualidade da educação no país.
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