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Protesto toma Anexo 2 após expulsão de Glauber e denúncias de agressão na Câmara

A Câmara dos Deputados voltou a ser palco de tensão nesta quarta-feira (10). Um grupo de manifestantes ocupou o Anexo 2 para demonstrar apoio ao deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que na véspera havia sido retirado à força do plenário por agentes da Polícia Legislativa. Com bandeiras e cartazes, os participantes puxaram palavras de ordem em defesa do parlamentar e críticas ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A movimentação ocorre horas antes da sessão que deve analisar a cassação dos mandatos de Glauber e da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Já o processo envolvendo o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) ficou para a próxima semana.

A confusão que desencadeou o protesto começou na terça-feira (9). Glauber, em sinal de resistência à inclusão de sua cassação na pauta, sentou-se na cadeira destinada à presidência da Mesa. A sessão estava marcada para apreciar o projeto da dosimetria, proposta que reduz penas impostas a Jair Bolsonaro e outros condenados pelos atos de 8 de janeiro.

O gesto do deputado levou a uma intervenção da segurança legislativa. Vídeos mostram a retirada do parlamentar, enquanto parte dos deputados reagia e jornalistas eram orientados a deixar o espaço. A transmissão da TV Câmara também foi interrompida naquele momento.

O DIA ANTERIOR: EXPULSÃO, CONFUSÃO E INTERVENÇÃO DA POLÍCIA LEGISLATIVA

A mobilização desta quarta é reflexo direto dos acontecimentos da sessão de terça (9). O clima começou a azedar quando Glauber ocupou a cadeira da presidência da Mesa Diretora, em protesto contra a inclusão de seu processo de cassação na pauta, na mesma sessão em que seria votado o projeto da dosimetria, que reduz penas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros condenados pelos atos de 8 de janeiro.

Agentes da Polícia Legislativa entraram no plenário e retiraram Glauber à força. Segundo parlamentares e jornalistas, houve agressões tanto a deputados quanto a profissionais de imprensa. Antes da ação, a transmissão da TV Câmara foi interrompida por determinação da Mesa, impedindo a cobertura ao vivo.

Após ser expulso, Glauber fez um longo pronunciamento denunciando o que chamou de “pacote golpista” e afirmando que continuará lutando em defesa das liberdades democráticas.

A deputada Sâmia Bomfim (PSB-SP) também relatou agressões sofridas por ela, pela deputada Célia e por jornalistas presentes. Para Sâmia, a condução da sessão expôs violação à liberdade de imprensa e falta de diálogo por parte do presidente da Câmara, que, segundo ela, havia prometido comunicar a bancada antes de levar o processo de Glauber ao plenário, o que não ocorreu.

A repercussão foi imediata. Entidades de imprensa repudiaram a interrupção da transmissão e denunciaram o que consideram um ataque direto ao direito da população de acompanhar os debates legislativos.

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