O diretório municipal do PSB em Sobral decidiu, por unanimidade, pela expulsão dos vereadores Marlon Sobreira e Socorrinha Brasileiro. O motivo oficial, segundo a direção municipal do partido, é infidelidade partidária.
A secretária das Mulheres do Ceará, Lia Gomes, que também preside o Diretório Municipal do PSB em Sobral, explicou que a deliberação segue critérios éticos internos do partido e foi motivada pelo descumprimento de uma orientação partidária. Segundo ela, o PSB havia lançado uma chapa própria para a presidência da Câmara Municipal, composta por membros da sigla, e determinou que os vereadores votassem de forma unificada na chapa representativa do partido, o que não foi seguido por Marlon e Socorrinha.
Os vereadores aderiram ao grupo político do prefeito eleito Oscar Rodrigues (União Brasil) após a derrota da candidata socialista Izolda Cela nas eleições municipais. Desde então, passaram a votar junto com a base governista em projetos enviados pelo Executivo à Câmara.
Marlon Sobreira é irmão do deputado estadual Marcos Sobreira (PSB), líder da bancada socialista na Assembleia Legislativa do Ceará. Tanto ele quanto Socorrinha Brasileiro integraram o grupo de situação no pleito de 2020–2024, compondo a base de apoio do ex-prefeito Ivo Gomes no Legislativo sobralense.
Em seu perfil no Instagram, o vereador Marlon Sobreira se pronunciou por meio dos stories, criticando a decisão do diretório municipal. “Ontem, Lia Gomes provou da própria arrogância. Fui expulso do PSB numa sessão sem quórum de quem realmente constrói o partido. Dos oito vereadores do PSB, só um esteve presente”, afirmou o parlamentar. De acordo com o regimento interno do PSB, os vereadores têm direito à ampla defesa durante o processo disciplinar.
A decisão do diretório municipal, no entanto, expõe uma crise interna dentro do PSB, marcada por questionamentos sobre critérios de conduta que resultam em processos de expulsão. Enquanto isso, o partido mantém, em outros diretórios municipais, filiações de políticos acusados de associação com o crime organizado, sem medidas disciplinares conhecidas. Questionada pelo portal Sobral Online sobre o assunto, Lia Gomes afirmou que não tem conhecimento dos casos citados.

