O Partido Socialista Brasileiro (PSB) promete dar início a iniciativas internas para tratar da questão de dois filiados: o prefeito de Choró, Bebeto Queiroz; e o prefeito Braguinha, gestor do município de Santa Quitéria. Bebeto, que está foragido da Justiça, é acusado de compra de votos, ameaça a adversários e envolvimento com facções criminosas. Braguinha, por sua vez, cumpre prisão domiciliar pelas mesmas acusações. Os dois continuam sendo investigados pela PF.
O PSB considerou que as denúncias em torno dos dois filiados são graves. O atual cenário levou o partido a reunir líderes estaduais no dia 13 de janeiro. Após conversas internas, o PSB divulgou uma nota comunicando que a Comissão de Ética do partido irá tomar um parecer diante da situação politicamente instável envolvendo os dois gestores do interior.
Entre os membros do partido que compõem a Comissão de Ética do PSB está Socorro França, secretária dos Direitos Humanos do Estado do Ceará. “Recentemente, foram noticiadas graves denúncias que envolvem nossos filiados, situação que naturalmente demanda apuração rigorosa e isenta. Diante disso, esclarecemos que o partido está empenhado em conduzir o processo interno de averiguação de forma célere e responsável, em consonância com os valores que defendemos”, diz um trecho da nota interna.
O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do diploma dos vencedores em Choró e em Santa Quitéria, à medida que investiga a participação de ao menos mais 50 prefeituras nos esquemas em questão.
Investigados pela PF
Foragido da Justiça, Bebeto Queiroz não foi contactado. Já de acordo com a defesa do prefeito de Santa Quitéria, a abertura de um processo interno no PSB abre uma possibilidade de defesa e de “comprovação de denúncias improcedentes”. Investigados pela PF, a iniciativa busca elucidar suspeitas relacionadas à compra de votos e apoio político nas eleições do ano passado e pode detectar outras 49 Prefeituras de cidades do interior envolvidas neste esquema.
Bebeto aparece como o principal alvo, justamente por conta de uma suposta ligação ao mundo do crime, que teria se situado na região para assumir o controle da compra de votos para aliados. Dentro das investigações, também há indícios de que o deputado federal Júnior Mano (PSB) esteja envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema de compra de votos em busca de apoio político.
Envolvimento de Júnior Mano, recém filiado ao PSB
Em dezembro de 2024, uma Ação de Improbidade Administrativa foi ajuizada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE). O objetivo era buscar a reparação de danos causados por um esquema de superfaturamento na contratação de uma empresa para serviços de limpeza urbana e manutenção do aterro sanitário em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza.
O MP exigiu, na época, a devolução de R$1.090.958,03 aos cofres públicos, valor que, segundo a acusação, foi indevidamente desviado pelos réus. A ação envolve o ex-prefeito Carlomano Gomes de Marques (MDB), o ex-secretário de infraestrutura Luiz Hernani de Carvalho Junior, o empresário Marcos Ronniely Holanda Pedrosa, sócio da Construtora Smart Eireli, além do deputado federal Júnior Mano.
O parlamentar é ex-sócio da empresa Gold Serviços e Construções Ltda (Ecogold). De acordo com as investigações, a empresa Smart Eireli recebeu um total de R$ 3.355.004,29 entre fevereiro e agosto de 2017, referentes à locação de maquinários, veículos e fornecimento de mão-de-obra, sem que os serviços prestados correspondam ao que foi contratado.
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