Em 13 de janeiro deste ano, os “Profetas da Chuva” se reuniram, em Quixadá, no 28º Encontro de Profetas da Chuva. Como fazem todo ano, apresentaram o prognóstico da quadra chuvosa baseado em análises de comportamentos de animais e do meio ambiente. Uma cenário favorável, com chuvas dentro da média ou acima da média, foi o veredito da maioria dos que participaram do encontro. Menos de uma semana depois, foi a vez de a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) anunciar, em entrevista coletiva no Palácio da Abolição, o prognóstico climático para o trimestre março, abril e maio de 2024.Os meteorologistas previram, baseados na ciência, que o Ceará teria 45% de chances de chuvas abaixo da média, 40% de probabilidade para a categoria em torno da normalidade e 15% para acima dela. Mais uma vez os profetas acertaram.
A professora Lourdinha Leite, profetisa que participou do encontro, foi uma das que apostou em um bom inverno. Diferente dos cientistas da Funceme, que têm todo aporte de instrumentos para fazer as projeções meteorológicas, a previsão de Lourdinha foi baseada em observação do comportamento de determinados insetos e até do numeral do ano em curso. “Anos terminados em 4 sempre são de bons invernos. Aprendi as práticas de profeta com o meu pai, aos cinco anos de idade. Também observo a construção dos formigueiros. Esse calor que estamos sentindo também diz muita coisa. O inverno ‘vai pegar mesmo’ do final de janeiro para o começo de fevereiro”, previu na ocasião.
Antônio Gomes também apresentou no encontro as previsões dele quanto à quadra chuvosa, baseadas na observância das formigas e dos pássaros. “Pelo que vi, alguns pássaros fizeram o ninho contrário. Isso acontece quando ele quer protegê-lo da chuva. Então é um bom sinal. Estamos nas mãos Deus”, revelou na ocasião.
Na coletiva de anúncio do prognóstico climático, a Funceme afirmou: “o mais preocupante do cenário atual, é exatamente o que o sistema de previsão está indicando para o fim do período chuvoso. Uma estação chuvosa mais curta. Um mês de abril já com chuvas comprometidas e um mês de março já com desvios negativos. Este cenário se dá, principalmente, pelas condições do oceano Pacífico Equatorial Central, que apresenta aquecimento acima da normalidade, caracterizando o fenômeno El Niño.
Os que preferiram se basear no prognóstico da ciência, como é o caso de empresários Raimundo Delfino, da Fazenda Nova Agro, na Chapada do Apodi, e Cristiano Maia, agropecuarista do Vale do Jaguaribe, sofrem as perdas pela redução dos investimentos na lavoura.