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Queda do Edifício Andrea em Fortaleza completa 6 anos

Foto: Reprodução

A queda do Edifício Andrea, localizado no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, completa seis anos nesta quarta-feira, 15 de outubro de 2025 (15/10/25).

O colapso do prédio residencial de sete andares, ocorrido em 2019, resultou na morte de nove pessoas e deixou sete feridos. O episódio representa uma das maiores tragédias urbanas da história recente do Ceará.

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Mobilizando equipes de salvamento, engenheiros e autoridades por vários dias, o caso gerou debates sobre a segurança de edificações antigas na Capital.

Seis anos depois, o Governo do Ceará inaugurou, em março deste ano, o Quartel 15 de Outubro, que abriga a 2ª Companhia do 1° Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE).

Edifício Andrea: relembre a tragédia

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O desabamento aconteceu por volta das 10h30 da manhã do dia 15 de outubro de 2019. O edifício, construído na década de 1980, ruiu de maneira repentina enquanto passava por intervenções de manutenção na estrutura de apoio. Parte dos trabalhadores e moradores encontrava-se no local no instante do acidente.

Equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atuaram durante quatro dias nas operações de resgate. Foram nove vítimas fatais e sete pessoas salvas dos destroços.

A ação de resgate envolveu mais de 200 profissionais e comoveu o país pela força das imagens e pela solidariedade de vizinhos e voluntários.

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O colapso também chamou atenção para a importância da fiscalização em prédios antigos da cidade. Na ocasião, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE) anunciou a ampliação das inspeções preventivas em condomínios, enquanto a Prefeitura de Fortaleza iniciou discussões sobre uma legislação de vistoria obrigatória.

Foram realizadas 95 finalizações e 33 notificações prediais pela Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) entre novembro de 2019 e março de 2020.

Com a chegada da pandemia, no entanto, as ações foram interrompidas. Retomadas gradualmente no início de 2021, voltaram a ser intensificadas em 2022.

O que se sabe sobre as causas da queda

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As apurações técnicas indicaram que o desabamento foi causado por falhas estruturais agravadas por intervenções inadequadas. Durante a reforma, uma das colunas principais de sustentação teria sido removida, comprometendo a estabilidade do prédio.

Laudos do Crea-CE e de peritos da Polícia Civil constataram que a obra era realizada sem acompanhamento técnico de um engenheiro responsável e sem autorização oficial.

Mesmo assim, as investigações revelaram que havia métodos e conhecimentos disponíveis para evitar o colapso, mas os responsáveis pela obra agiram com negligência quanto à segurança da estrutura.

O edifício também apresentava sinais de deterioração, como rachaduras e infiltrações, apontadas nos laudos técnicos e relatadas por moradores antes do desabamento.

O engenheiro civil e sócio da CAC Engenharia, Alberto Cunha, informou que foram identificados 135 pontos que precisavam de reparo em pilares, vigas e casas de bomba durante visita realizada em 19 de setembro de 2019.

As normas de engenharia vigentes na época da construção eram menos exigentes do que as atuais, o que, somado à falta de manutenção, teria contribuído para o colapso.

A busca por respostas

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O inquérito policial do caso foi finalizado pela Polícia Civil em 2020 e resultou em uma denúncia apresentada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) em 2021.

A ação penal envolveu os engenheiros civis José Andreson Gonzaga dos Santos e Carlos Alberto Loss de Oliveira, que foram levados a júri popular, além do pedreiro Amauri Pereira de Sousa, absolvido em 2023.

Os três foram responsabilizados pela tragédia, sendo acusados pelo MPCE pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, causar desabamento ou desmoronamento, lesão corporal grave e lesão corporal leve.

Um questionamento permaneceu em aberto com relação às punições — ou à ausência delas. Familiares das vítimas afirmam que a “solução” não corresponde à gravidade da tragédia, acreditam na participação de outros envolvidos e continuam cobrando justiça.

Quanto às famílias, elas receberam uma indenização de R$ 1,7 milhão por parte da Prefeitura de Fortaleza, valor dividido entre os 12 núcleos familiares.

O montante representa uma vitória após anos de disputa judicial. O valor refere-se à desapropriação do terreno onde ocorreu o desastre.

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