A intensificação dos ventos é uma característica marcante do segundo semestre no Ceará. O fenômeno está associado ao deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o hemisfério Norte, movimento que favorece a entrada dos ventos alísios com maior força sobre o Nordeste brasileiro.
Segundo o meteorologista Lucas Fumagalli, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o aquecimento do Oceano Atlântico Norte influencia diretamente nesse processo. “Isso faz com que os ventos alísios que sopram do Oceano Atlântico em direção ao Nordeste ganhem intensidade no período de inverno, e a velocidade do vento fica ainda mais forte, principalmente nos meses de agosto e setembro”, comenta.

Nesse período, a velocidade dos ventos pode atingir entre 60 km/h e 65 km/h. A condição é percebida em todas as macrorregiões do Estado, embora algumas áreas, como o litoral e as regiões serranas, registrem rajadas mais fortes, principalmente entre o fim da manhã e o início da tarde.
O meteorologista acrescenta que, no inverno, a diferença de temperatura entre o Atlântico Equatorial e áreas mais ao sul, como Brasil e Argentina, aumenta. Tal fato reforça a velocidade dos ventos alísios. “Nessa época de pouca chuva e forte sol, o vento é muito importante para reduzir um pouco a sensação térmica, fazendo com que os processos evaporativos ganhem força e resfriando tanto o ambiente como a própria pele humana”, explica.
Alerta
A Marinha do Brasil também emitiu alerta sobre a ocorrência de ventos fortes no litoral do Nordeste. O aviso nº 468/2025, publicado no sábado (23/08), prevê rajadas de Sudeste a Nordeste até esta quarta-feira (27/08).
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